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Sócio de laboratório que fez testes errados de HIV antes de transplantes é preso no RJ

Operação - DECON - Delegacia Especial de Crimes Contra o Consumidor - Laboratório PCS Saleme - Fotos: Rafael Campos • Divulgação/Rafael Campos/Governo RJ

Um dos sócios do laboratório que fez os testes equivocados de HIV, que resultou na infecção de seis pessoas com o vírus, foi preso na manhã desta segunda-feira (14), no Rio de Janeiro.


Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, foi preso por agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil do Rio de Janeiro durante a primeira fase da Operação “Verum”, deflagrada nesta manhã.


Seis pessoas foram infectadas com HIV após passarem por transplantes de órgãos na rede pública de saúde do RJ. A Secretaria de Estado de Sáude (SES-RJ) contratou o laboratório para realizar os exames nos doadores de órgãos a partir de dezembro de 2023.


A ação da polícia cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão na manhã de hoje. Ao todo, 40 agentes participam da ação.


“O crime é inaceitável e atenta contra a vida e a dignidade humana. Não descansaremos até que todos os envolvidos nesse esquema criminoso sejam identificados e punidos de acordo com a lei. A vida de inocentes foi colocada em risco, e o Estado não permitirá que esse tipo de crime fique impune”, declara, em nota, o governador Cláudio Castro.


O objetivo é identificar os responsáveis pela emissão de laudos falsos que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV para seis pacientes. A investigação ainda suspeita que o laboratório tenha falsificado laudos em outros casos.


Em nota, a empresa informou que uma sindicância interna apontou indícios de erro humano em dois testes de HIV, que resultou na infecção dos seis pacientes.


Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil informou que investigava o caso. O Ministério Público do Rio de Janeiro também instaurou um inquérito civil para apurar as infecções.


“Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior
rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, afirma em nota o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.


Agentes do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) também participam da operação.


Também na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a infecção dos pacientes. Os investigadores devem colher depoimentos de testemunhas, de representantes do laboratório responsável e dos pacientes infectados.


O PCS Lab Saleme informou à CNN, em nota, que repudia a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório. Leia abaixo:


“A defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”. 


Relembre o caso

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga a infecção de pacientes com HIV após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro.


CNN confirmou que os testes foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que possui sede em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.


O laboratório foi contratado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) para testar os doadores de órgãos. O contrato, firmado pela Fundação Saúde do RJ em dezembro de 2023, tinha duração de 12 meses e um valor total de cerca de R$ 11 milhões.


Segundo apurou a CNN, os infectados já estão cientes e órgãos de outros 288 doadores estão passando por nova testagem no estado.


Esta é uma situação sem precedentes no Brasil. Apenas no Rio de Janeiro, 16 mil pessoas já passaram por transplantes desde 2006.


 


 


 


 


 


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