Seis transplantados são diagnosticados com HIV após receberem órgãos infectados no RJ

Seis pacientes de transplantes realizados no estado do Rio de Janeiro foram diagnosticados com HIV após receberam órgãos infectados, e a polícia abriu uma investigação para apurar o caso, informaram autoridades estaduais nesta sexta-feira (11).


“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados”, informou a pasta em comunicado, acrescentando que a situação é sem precedentes.


O serviço de transplantes do Rio de Janeiro começou em 2006 e já beneficiou mais de 16 mil pessoas, segundo o governo fluminense.


A Secretaria de Saúde informou que um laboratório particular contratado por concorrência para analisar e fazer exames nos órgãos doados para transplante teve o contrato suspenso após o caso. O Hemorio passará a fazer os exames dos órgãos doados para transplantes, acrescentou.


As autoridades do Rio de Janeiro agora investigam se mais pessoas receberam órgãos contaminados.


“A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório. Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis”, afirmou a pasta.


A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso. As apurações começaram após denúncia feita por um transplantado, que, após ter problemas de saúde, passou por uma bateria de exames e descobriu que se tornou portador de HIV.


“A Delegacia do Consumidor (Decon), que tem entre suas atribuições a apuração de casos de saúde pública, já realiza diligências. A investigação está em andamento”, disse a Polícia Civil em nota.


Uma fonte da área de saúde governo fluminense disse que o erro grave pode afetar um programa que até agora era considerado uma referência.


“O perigo está na credibilidade, é isso que tem que se tentar contornar. O Rio foi o estado que mais cresceu em transplantes. Se minar a credibilidade, o número de doadores pode cair”, afirmou.


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