Poluição ambiental reduz expectativa de vida do acreano em até 4 anos, diz pesquisador

Foto: Whidy Melo/ac24horas

Na audiência pública realizada nesta segunda-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o doutor Foster Brown, da Universidade Federal do Acre (Ufac), fez um alerta contundente sobre a situação crítica da seca na região. Foster é pesquisador do Centro de Pesquisa de Woods Hole, docente da Pós-Graduação e pesquisador do Parque Zoobotânico da Ufac.


O pesquisador destacou a importância da mobilização da sociedade no combate à poluição, ressaltando que, nos últimos dois meses, com cada respiração, a população enfrentou níveis alarmantes de material particulado no ar, que afetam diretamente a saúde pública.


Referindo-se a um estudo da Universidade de Chicago, Brown informou que a região do Acre é uma das mais impactadas do mundo, o que pode reduzir a expectativa de vida em até quatro anos. “Quanto vale um ano da sua vida? Multiplique isso pelo número de pessoas que nós temos na região, cerca de um milhão. Se um ano é valioso, imagine um milhão de anos perdidos”, questionou.



O cientista enfatizou que três fatores estão afetando o clima no Acre: variações naturais, o aumento dos gases de efeito estufa e o desmatamento. Ele lembrou eventos climáticos extremos que ocorreram no passado, como o fenômeno El Niño, e alertou sobre a possibilidade de agravamento da situação. “A concentração de CO₂ na atmosfera, que era de 350 partes por milhão em 1986, já aumentou para 420. Isso significa que os extremos climáticos tendem a se intensificar”, explicou.


Brown também destacou a relação entre o desmatamento e a diminuição das chuvas, especialmente durante a estação seca. “O desmatamento na Amazônia influencia diretamente o regime de chuvas no Acre. Estamos vivendo um prolongamento das secas nos últimos 30 anos, o que tem gerado estresse na floresta”, apontou.


O doutor fez um pedido a sociedade, que não apenas reconheça os problemas, mas que também se mobilize para mudá-los. “Devemos nos unir e controlar o que está em nossas mãos. É hora de agir e não ficar com raiva de nós mesmos por deixarmos essa situação acontecer”, concluiu Brown.


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