No início deste mês de outubro, a cidade de Tarauacá, no interior do Acre, se tornou o centro das atenções no Estado. Relatos de explosões no céu, estrondos e tremores de terra rapidamente se espalharam pelas redes sociais, gerando um misto de surpresa e apreensão entre os moradores. Para completar, alguns afirmaram ter avistado luzes misteriosas no céu, o que despertou ainda mais questionamentos sobre o que realmente estava acontecendo.
Passados quase 10 dias do ocorrido, o Observatório Nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) explicou nesta semana o episódio que ocorreu no município que fica localizado a 409 km da capital.
De acordo com o Observatório Nacional, foram quatro tremores de terra registrados na região de Tarauacá. Os abalos mais intensos ocorreram nos dias 1º e 2 de outubro, com magnitudes de 3.0 e 4.1, respectivamente, a uma profundidade de 112 km. Segundo o órgão, tremores em profundidades semelhantes são comuns em regiões de atividade sísmica e, em geral, não provocam danos significativos à infraestrutura local.
O órgão também abordou a ocorrência das chamadas “luzes de terremoto”, avistadas no céu de Tarauacá durante os abalos. O fenômeno raro, mas já documentado em outras partes do mundo, ocorre devido a descargas elétricas geradas pela movimentação da crosta terrestre. As descargas podem produzir brilhos ou luminosidade no céu, que, embora assustem os moradores, não são indicativas de maiores riscos.
O fato curioso que chamou a atenção é que, apesar dos episódios de tremores e das observações das “luzes de terremoto” em Tarauacá, nenhuma plataforma de monitoramento de abalos sísmicos registrou a ocorrência na região no dia dos eventos. Isso gerou questionamentos, já que as plataformas de monitoramento geralmente têm uma cobertura ampla e registram a maioria dos tremores.