Malafaia chama Bolsonaro de “omisso” e “covarde” por postura nas eleições municipais

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um dos mais tradicionais apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) entre lideranças religiosas, criticou a postura adotada pelo aliado nas eleições municipais de 2024.


Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Malafaia acusa Bolsonaro de se omitir no pleito para a prefeitura de São Paulo (SP) por medo de ser derrotado pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).


Na conversa, Malafaia disse que Bolsonaro foi sua “maior decepção” nessas eleições e argumentou que um líder não pode se pautar exclusivamente pelas redes sociais.


“Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?”, indagou o pastor.


“Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]“, disse.


Marçal terminou o pleito com 1.719.274 votos, o equivalente a 28,14% dos votos válidos (ou seja, desconsiderando votos em branco e nulos). Foram apenas 81.865 votos a menos do que o líder da disputa, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).


Nunes, que enfrentará o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, recebeu o apoio formal de Bolsonaro, mas com pouca participação efetiva na campanha, apesar de o ex-presidente ter indicado o vice na chapa, o Coronel Mello Araujo (PL).


O pastor contou que cobrou de Bolsonaro uma posição sobre quem ele chamou de “canalha que falsificou documento [em referência ao laudo falso que apontava exame toxicológico positivo de Boulos para cocaína], que quer dividir a direita e o voto evangélico”. Malafaia também se referiu a Marçal como “psicopata” e “mentiroso”.


Na entrevista, ele disse que também se decepcionou com o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Os três, na sua avaliação, não teriam feito a lição de casa de apoiar Ricardo Nunes.


Fogo amigo


Malafaia chama Bolsonaro de “omisso” e “covarde” por postura nas eleições municipais
Aliado de primeira hora acusa Bolsonaro de fazer jogo duplo nas eleições em São Paulo e Curitiba e se diz decepcionado


O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um dos mais tradicionais apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) entre lideranças religiosas, criticou a postura adotada pelo aliado nas eleições municipais de 2024.


Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Malafaia acusa Bolsonaro de se omitir no pleito para a prefeitura de São Paulo (SP) por medo de ser derrotado pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).


Na conversa, Malafaia disse que Bolsonaro foi sua “maior decepção” nessas eleições e argumentou que um líder não pode se pautar exclusivamente pelas redes sociais.


“Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]“, disse.


Marçal terminou o pleito com 1.719.274 votos, o equivalente a 28,14% dos votos válidos (ou seja, desconsiderando votos em branco e nulos). Foram apenas 81.865 votos a menos do que o líder da disputa, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).


Nunes, que enfrentará o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, recebeu o apoio formal de Bolsonaro, mas com pouca participação efetiva na campanha, apesar de o ex-presidente ter indicado o vice na chapa, o Coronel Mello Araujo (PL).


O pastor contou que cobrou de Bolsonaro uma posição sobre quem ele chamou de “canalha que falsificou documento [em referência ao laudo falso que apontava exame toxicológico positivo de Boulos para cocaína], que quer dividir a direita e o voto evangélico”. Malafaia também se referiu a Marçal como “psicopata” e “mentiroso”.


Na entrevista, ele disse que também se decepcionou com o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Os três, na sua avaliação, não teriam feito a lição de casa de apoiar Ricardo Nunes.


Mas o caso de Bolsonaro seria mais grave. Ele acusa o ex-presidente de fazer “jogo duplo” nas eleições para as prefeituras de São Paulo e de Curitiba (PR). Na capital paranaense, seu partido ocupa a vice de Eduardo Pimentel (PSD) com Paulo Martins (PL), mas isso não o teria impedido de fazer sinalizações à candidata Cristina Graeml (PMB). Os dois agora disputarão o segundo turno.


“Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior. Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado”, afirmou.


Durante a entrevista, Malafaia disse que enviou duras mensagens a Bolsonaro durante a campanha eleitoral tentando alertá-lo sobre as posições assumidas. Ele afirmou, ainda, que o aliado só não o bloqueou porque reconhece nele um “apoiador de primeira hora”, que o defendeu “nos momentos mais cruciais e críticos”.


“Ele estava chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis, no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: “Vai ficar chorando aí? Vamos para a rua, cara!”. Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo]“, contou.


Em contraste com a decepção com Bolsonaro, Malafaia elogiou a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que na prática assumiu a posição de principal cabo eleitoral de Ricardo Nunes nessas eleições municipais. “Líder se posiciona. Olha o Tarcísio! O Tarcísio veio para o pau. Isso é líder!”, disse.


“Um líder não anda atrás do povo [que lidera]. Um líder guia, anda na frente. Você não é um verdadeiro líder até que não ande sozinho. Tarcísio ganhou muito comigo. Liderança é sobre propósitos. Um líder não está preocupado com redes sociais, se vai perder ou se vai ganhar seguidores”, afirmou.


Ele diz, ainda, que, caso Bolsonaro se mantenha inelegível (o que ele chama de “vergonha”), apoiará Tarcísio para a corrida presidencial de 2026. “Se isso acontecer, eu entro de cabeça para apoiar Tarcísio.”


“Eu tinha algumas dúvidas sobre ele, mas caíram todas nestas eleições. Líder é atitude. Ele mostrou que é um cara de caráter, e que não tem medo”, concluiu.


“Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?”, indagou o pastor.


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