Mãe acusa Unimed Rio Branco de privar filha autista de refeição, remédio e banheiro

A mãe de uma adolescente autista de 15 anos registrou um boletim de ocorrência, nesta sexta-feira (25), narrando que durante um dia de tratamentos continuados durante todo o dia, a Unimed não forneceu refeições, não permitiu que fossem tomadas providências externas para que a alimentação fosse oferecida, e ainda que a menor foi impedida de ir ao banheiro e de receber medicações. A Unimed nega as acusações.


De acordo com o boletim de ocorrência ao qual o ac24horas teve acesso, a comunicante informa que a Unimed descredenciou uma clínica terceirizada para o cumprimento do tratamento do plano de saúde, indicando uma clínica própria (Instituto Unimed) para que o serviço fosse prestado em um regime semelhante a internação, já que a paciente necessita de acompanhamento de várias especialidades, como psicoterapia comportamental intensiva, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Isso significa, na prática, da forma que a operadora agendou as sessões, que a paciente precisa ficar o dia inteiro sob cuidados dos profissionais. Mesmo diante de um regime de semi internação, no entanto, a clínica não fornece alimentação.


“A comunicante, mãe da vítima, ainda foi impedida de sair para comprar alimentos.


Ressalta ainda que por a filha sofrer de rigidez comportamental, só se alimenta em horários específicos, fato que foi desconsiderado pelo instituto Unimed. Por conta da falta de alimentação, a adolescente entrou em crise, se desregulando, vindo apresentar um quadro de urticária emocional, que é uma doença auto imune de cunho emocional. Pediu para tomar seus remédios (antialérgicos) e foi impedida por três profissionais, que alegaram que a paciente não poderia sair da sala, sendo que seus remédios estavam com sua mãe. Isso sem que a mãe tivesse conhecimento. A vitima relata também que foi impedida de ir ao banheiro”, diz o relato.


Aline Ramalho Cordeiro, advogada especialista em direito à saúde e representante legal das denunciantes, acredita que a paciente foi submetida a constrangimento ilegal e deve dar abertura a um processo.


Sobre a denúncia, por meio de sua assessoria, a Unimed Rio Branco disse que esta surpresa com o relato e que o atendimento vinha ocorrendo regularmente, quando foi interrompido pela própria responsável legal (mãe) antes do término das sessões previstas (veja a nota completo abaixo).


Nota:


A Unimed Rio Branco informa que, em atenção à solicitação feita sobre o ocorrido relatado às autoridades policiais, esclarece o seguinte:


Recebemos com surpresa o relato registrado pela representante legal de uma beneficiária de nossa rede. Até o momento, o atendimento vinha ocorrendo regularmente, conforme prescrição médica apresentada pela própria responsável legal da paciente, que previa sessões regulares com três profissionais qualificados, todas previamente agendadas e das quais a representante estava plenamente ciente.


Após apurarmos os fatos, constatamos que o tratamento foi interrompido pela própria responsável legal antes do término das sessões previstas, o que nos causou estranheza, dado que ela tinha ciência dos horários e da duração de cada sessão. Acreditamos que o relato possa indicar uma insatisfação com as prescrições do tratamento, aspecto que cabe exclusivamente à relação médico-paciente e não à Unimed Rio Branco, que se compromete a apenas fornecer o atendimento solicitado.


Lamentamos a divulgação de informações que, ao que tudo indica, não refletem a realidade e esclarecemos que tomaremos as medidas cabíveis para a devida apuração dos fatos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e com o respeito a nossos beneficiários, colaboradores e à sociedade acreana. Colocamo-nos à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos adicionais.


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