Flamengo assume posse de terreno do Gasômetro, onde vai erguer seu estádio

Flamengo toma posse da chave do terreno do gasômetro — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Um dia após vencer o Corinthians por 1 a 0 no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, na última quarta-feira, no Maracanã, o Flamengo teve outra vitória. Dessa vez, fora de campo. A Prefeitura do Rio de Janeiro concluiu a entrega do terreno do Gasômetro, onde o rubro-negro construirá seu estádio próprio, ao clube. Em cerimônia por videoconferência com participação do presidente Lula, do prefeito Eduardo Paes, e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o acordo de posse foi concretizado.


— Estou cumprindo uma promessa que fiz ao Rio de Janeiro em 2003. Esse acordo foi bom para a Caixa, meu governo e Flamengo. Ele só saiu por causa da minha relação com o Paes. Parabéns a todos — disse Lula.


O prefeito Eduardo Paes, que esteve presente no primeiro momento, quando o evento começou, no Centro de Operações da Prefeitura, não pôde comparecer a cerimônia no Gasômetro por questões eleitorais, uma vez que busca a reeleição no poder municipal. Os deputados Pedro Paulo e Guilherme Schleder, secretário de Esporte, foram no lugar dele.


— Esse projeto vem de encontro com uma revitalização necessária da cidade em uma área degradada. A partir de hoje, o Flamengo tem a posse do terreno. Claro que vão ter algumas medidas legais, como mandar um projeto para a Câmara, mas o entendimento foi feito — declarou Paes.


Entenda o imbróglio

 


O Flamengo havia arrematado o terreno em leilão realizado em julho, por R$ 138.195.000,00, que era o lance mínimo. No entanto, o caso foi parar na Justiça quando a Caixa Econômica Federal entrou com um mandado de segurança para anular o efeito do pregão.


Gestor do Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, antigo dono do terreno, o banco estatal questionou o valor pago pelos rubro-negros, criticou a presença de políticos com a camisa do clube no leilão e reclamou que o edital foi desenhado propositalmente para beneficiar o Flamengo. A Caixa buscava voltar a mesa de negociações com as partes envolvidas, e agora tudo foi solucionado.


Início das obras em dois anos

 


Presente na cerimônia, Rodolfo Landim deu alguns detalhes de como se deu a negociação após a arrematação do leilão feito pela prefeitura. De acordo com o presidente do Flamengo, a prefeitura cobriu, com recursos próprios, parte do valor que era pedido pela Caixa. Como o banco avaliava a área do terreno em R$ 250 milhões, e o rubro-negro pagou R$ 138 milhões no leilão, a diferença ficou em cerca de R$ 112 milhões. Landim, no entanto, não deu detalhes do valor final da transação e nem quanto foi pago pela prefeitura do Rio de Janeiro.


— Fica aqui minha eterna gratidão ao prefeito dessa cidade, que soube entender a importância desse estádio não só para a nação rubro-negra, mas para o Rio de Janeiro, pelo impacto positivo de desenvolvimento que ele vai trazer para essa área da cidade — comemorou Landim.


Com o terreno entregue ao Flamengo, o presidente do clube detalhou quais serão os próximos passos do clube para colocar o tão sonhado estádio próprio de pé. Ainda restam algumas burocracias para serem resolvidas até que as obras comecem. O prazo dado por Landim foi de até dois anos.


— Vamos demolir primeiro (a construção presente no terreno), e fazer um projeto base. Depois, em paralelo, o projeto executivo, que são os detalhamentos do estádio, e a implementação de tudo. Essa fase de licenciamento deve durar um pouco menos de dois anos. E depois temos o período de construção do estádio — explicou o presidente.


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