Giuliano Manfredini, filho único de Renato Russo e produtor cultural, enviou uma notificação extrajudicial a Pablo Marçal, ex-candidato à prefeitura de São Paulo (SP), solicitando que ele cesse o uso da música “Que País É Este” em suas publicações. A medida foi tomada após o perfil @pablomarcalpor_sp_ postar um vídeo no Instagram com a canção sem autorização.
A postagem foi feita em 7 de outubro, um dia após o primeiro turno das eleições municipais. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na “Folha de S.Paulo”, a assessoria de Marçal negou que o perfil pertencesse a ele, mas Manfredini contestou, afirmando que a conta era, de fato, administrada por Marçal e “foi derrubada, assim como outras”.
Manfredini informou à coluna que aguarda uma resposta à notificação, mas até o momento não houve retorno. No sábado anterior à votação, as contas @pablomarcalporsp e @spmarcal foram suspensas pela Justiça Eleitoral por 48 horas, após Marçal divulgar um laudo falso sobre Guilherme Boulos. Em agosto, outra conta de Marçal já havia sido suspensa por decisão judicial em uma ação movida pelo PSB.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) confirmou que Marçal informou utilizar os perfis @pablomarcal1 e @pablomarcalporsp em sua campanha. Manfredini considerou o uso da música “um insulto à memória” de Renato Russo e “uma afronta aos direitos autorais” pela extrema direita. No início do ano, ele também pediu ao TikTok que removesse vídeos de bolsonaristas que usavam a canção.
O advogado Leonardo Furtado, que representa Manfredini, afirmou à coluna que a notificação visa “marcar posição” e reforçar que o uso das músicas de Renato Russo não será permitido em futuras publicações do influenciador.