O ex-presidente da Bolívia Evo Morales está sendo investigado por tráfico de pessoas por supostas relações sexuais com uma menor de idade, que acabou grávida. Ele nega a acusação.
O atual presidente boliviano, Luis Arce, confirmou, nesta quinta-feira (5), que seu governo será um dos autores do processo contra o antecessor, mas pediu confidencialidade nas investigações para preservar a menor envolvida no caso.
“Nosso governo se identifica muito com as crianças. Não estamos de acordo com esse tipo de situações, não pode ser que saiam na impunidade quando tem uma investigação, que se encontre a culpabilidade correspondente, seja quem for. Com as crianças não se mexe”, afirmou.
A investigação contra Morales veio à tona na quarta-feira (2) após a promotora Sandra Gutiérrez denunciar que foi destituída da Procuradoria Departamental de Tarija após pedir a prisão do ex-presidente.
A Procuradoria-Geral do país disse, por sua vez, que a destituição se deveu a inconsistências processuais e anunciou a conformação de uma comissão de promotores especializados para investigar o caso.
A adolescente envolvida no caso teria tido relações com Evo aos 15 anos, e engravidado de uma filha registrada a nome de Morales.
O ex-presidente nega as acusações, e diz que desde que realizou marchas contra o atual governo, quatro processos foram abertos contra ele. Ele disse ainda que o caso que envolve a menor já tinha sido investigado em 2020 e foi arquivado.
“Investigaram e não tem nada. E não vai ter nada, é outra mentira”, disse Morales, em coletiva de imprensa. Segundo ele, o caso está sendo usado politicamente para desgastar sua imagem em meio ao conflito com Arce.