Após superar os R$ 5,60 durante a sessão, o dólar à vista fechou nesta quarta-feira (9) um pouco abaixo deste valor, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, em mais um dia de elevação dos rendimentos dos Treasuries e de preocupações com a economia da China.
As taxas dos Treasuries tiveram alta firme após a ata do Federal Reserve (banco central dos EUA). O documento mostrou que uma “maioria substancial” das autoridades na reunião de setembro apoiou o início do ciclo de corte de juros com uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica.
No entanto, o texto também indicou haver concordância de que, com o movimento inicial, o Fed não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes à frente. Com isso, a expectativa de uma diminuição de apenas 25 pontos-base em novembro predominou e sustentou o avanço dos rendimentos dos títulos americanos.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em alta de 1% ante o real nesta quarta-feira (9), cotado a R$ 5,587 na compra e a R$ 5,588 na venda. Em outubro, a divisa já acumula elevação de 2,54%.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) registrava alta de 0,87%, a 5.599 pontos.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,587
- Venda: R$ 5,588
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,628
- Venda: R$ 5,808
O que aconteceu com o dólar hoje?
Assim como ocorreu em sessões anteriores, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir nesta quarta-feira (9) em meio à reprecificação do mercado para o futuro da taxa de juros nos EUA.
Os dados de emprego da última sexta-feira (4) continuaram a conduzir as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros em apenas 25 pontos-base em novembro – e não em 50 pontos-base, como ocorreu em setembro.
Neste cenário de taxas não tão baixas nos EUA, o dólar ganhou força ante a maior parte das demais divisas, incluindo o real.
Além da política monetária dos EUA, parte do foco dos investidores permaneceu voltada para a China. O governo chinês anunciou nesta quarta-feira que o Ministério das Finanças realizará uma entrevista coletiva no sábado (12) para detalhar as medidas fiscais de estímulo para impulsionar a economia.
Na terça-feira (8), os investidores globais haviam demonstrado certa decepção com as medidas anunciadas.
“Tem a questão da China também, do estímulo ser menor que o mercado esperava, o que impactou as commodities”, comentou durante a tarde o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia.
Ele chamou a atenção para o fato de as divisas de países emergentes estarem perdendo valor ante o dólar durante a sessão, acrescentando que “o real aqui é a pior moeda”.
Por fim, a ata do Fed mostrou que uma “maioria substancial” das autoridades na reunião de setembro do Fed apoiou o início do ciclo de corte de juros com uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica.
No entanto, pareceu haver concordância de que, com o movimento inicial, o Fed não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes no futuro.
“A ata não parece trazer informações suficientes para impactar de forma relevante o atual consenso de mercado que aponta para mais dois cortes de 0,25 (ponto percentual dos juros) até o final do ano”, avaliou economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, em comentário enviado a clientes.