O dólar comercial operava com alta nesta quarta-feira (30), ampliando os ganhos da véspera após atingir máxima de fechamento desde março de 2021, apoiado nas incertezas em torno da situação fiscal do Brasil e da eleição presidencial nos EUA, enquanto digerem dados vindos dos Estados Unidos.
O relatório da ADP mostrou que 233 mil postos de trabalho foram criados no setor privado norte-americano em outubro, acima dos 114 mil previstos por economistas consultados pela Reuters.
Acrescentando à percepção de força da economia dos EUA, um relatório do governo mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,8% no terceiro trimestre, um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 3%, mas com os gastos das famílias e do governo subindo 3,7%.
O número ainda ficou acima da alta de 1,8% que o Fed considera como um crescimento não inflacionário.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 10h14 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,48%, cotado a R$ 5,788 na compra e R$ 5,789 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 subia 0,38%, a 5.784 pontos.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,788
- • Venda: R$ 5,789
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,747
- • Venda: R$ 5,927
O que aconteceu com dólar hoje?
Após subir quase 1% ante o real refletindo o desconforto do mercado com o cenário fiscal brasileiro e o avanço da moeda norte-americana também no exterior, em meio ao nervosismo com a disputa presidencial nos EUA, a divisa americana segue em alta e renovando máximas históricas.
O dólar ganhou ainda mais força após dados econômicos afastarem ainda mais a tese de desaceleração econômica e enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA, o que deve impactar diretamente os próximos movimentos do Fed, que entrou no mês passado em um ciclo de afrouxamento monetário.
Operadores reduziram as apostas de cortes de 25 pontos-base nas duas reuniões restantes do Fed no ano, o que também elevava os rendimentos dos Treasuries.
Com isso, o dólar avançava amplamente entre seus pares fortes e emergentes. O índice do dólar =USD — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,15%, a 104,420.
Na frente política, o cenário também segue favorável à moeda norte-americana. Investidores seguem apostando na vitória do ex-presidente Donald Trump na eleição de 5 de novembro, o que pode levar a implementação de medidas consideradas inflacionárias, como tarifas e redução de impostos.
No cenário doméstico, dados divulgados pela manhã também marcaram fatores positivos para a divisa dos EUA.
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou mais do que o esperado por analistas em outubro, em alta de 1,52%, depois de ter avançado 0,62% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta. A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de alta de 1,48%.
(Com Reuters)