Dólar cai 0,36%, a R$ 5,44, na contramão do exterior após mudança de rating do Brasil

O dólar à vista fechou em queda frente ao real nesta quarta-feira (2), com o mercado reagindo positivamente à elevação da nota de crédito do Brasil pela agência Moody’s, enquanto no exterior o dia foi de alta para a moeda norte-americana ante as demais divisas.


O movimento no Brasil ocorria na contramão do exterior, onde os rendimentos dos Treasuries tinham ganhos firmes e davam força ao dólar após dados de emprego da ADP, nos Estados Unidos, mostrarem que a criação de vagas de trabalho no setor privado em setembro ficou acima da estimativa.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial caiu 0,36% nesta quarta-feira, a R$ 5,444 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) perdia 0,30%, a 5.463,04 pontos.


Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,4640. No ano, a divisa norte-americana acumula elevação de 12,24% ante o real.


Dólar comercial

  • • Compra: R$ 5,444
  • • Venda: R$ 5,444

Dólar turismo

  • • Compra: R$ 5,466
  • • Venda: R$ 5,646

O que aconteceu com o dólar hoje?

O anúncio de mudança no rating do Brasil pela Moody’s veio após o fechamento dos mercados na terça-feira (1º), de modo que a repercussão do mercado só ocorreu nesta quarta-feira.


“A notícia da Moody’s, que inesperadamente elevou o rating do Brasil, foi o suficiente para a recuperação da moeda local, e teve impacto não só no câmbio, mas também nos juros futuros e na bolsa”, disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.


Os ganhos do real, no entanto, foram contidos por um cenário externo mais adverso, uma vez que a escalada das tensões no Oriente Médio, após o Irã atacar Israel com mísseis na véspera, levava investidores a buscarem ativos seguros, como o dólar.


O Irã afirmou nesta quarta que já havia encerrado a ofensiva, mas EUA e Israel prometeram retaliar o ataque. A perspectiva de guerra ampla na região tem provocado um salto nos preços do petróleo, além de quedas em mercados de ações e de moedas consideradas menos seguras.


“Quando acontece esse tipo de evento, a gente sabe que a tendência é que realmente o dólar se valorize perante as demais moedas, visto que é a moeda forte e líquida do mercado”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.


Lá fora, parte do suporte ao dólar foi dado pelos números de emprego da ADP, mostrando que a criação de vagas de trabalho no setor privado dos EUA chegou a 143.000 em setembro. O resultado ficou acima da estimativa de 120.000 dos economistas consultados pela Reuters.


Neste cenário, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 5,4525 (+0,34%) às 14h21 (horário de Brasília), antes de retornar ao território negativo.


De modo geral, profissionais do mercado afirmaram que a elevação da nota de crédito do Brasil era uma boa notícia — inclusive para o câmbio, em meio à expectativa de que o país possa se tornar mais atrativo ao fluxo de investimentos internacionais.


O diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia, destacou que a ação da Moody’s coloca o Brasil a um passo de recuperar o grau de investimento, mas lembrou que outras duas agências — a Fitch e a S&P — ainda mantêm ratings piores para o país.


“Então, para a gente ver grandes fluxos, é interessante que todas essas três casas, ou pelo menos duas delas, nos coloquem no grau de investimento”, ponderou em comentário após a decisão.


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