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Como Sean “Diddy” Combs criou império de R$ 5 bi antes de cair em desgraça nos EUA

O rapper Sean Diddy Combs chega ao MTV Video Music Awards de 2016 em Nova York, EUA, em 28 de agosto de 2016. REUTERS/Eduardo Munoz/Foto de Arquivo

Nesta terça-feira (1), o rapper e produtor musical Sean “Diddy” Combs, que está detido nos EUA sem direito a fiança desde 16 de setembro, apresentou um novo pedido para ser liberado enquanto aguarda julgamento. Diddy, 54 anos, é amplamente reconhecido como uma das figuras mais influentes da história da música norte-americana. Por isso, os cinco processos movidos contra ele nos últimos quatro meses, que alegam abuso físico, violência sexual e tráfico sexual, têm atraído grande atenção.


As acusações contra o magnata da música, assim como contra outras celebridades, abrangem quase toda a sua carreira, remontando à década de 1990. Dois dos cinco processos incluem alegações de que Diddy teria estuprado as acusadoras no início da década de 1990, durante sua época na Uptown Records. Diddy negou as acusações por meio de seu advogado.


Diddy está no ramo musical desde 1990, quando iniciou como estagiário na Uptown Records, de Nova York, antes de fundar sua própria gravadora, a Bad Boy Records. Embora ele seja, sem dúvida, mais reconhecido e aclamado por sua carreira musical (recebendo o crédito por descobrir grandes nomes como Notorious B.I.G., Mary J. Blige e Usher), sua fortuna vai além da música, que não é a única, nem a maior fonte de sua riqueza. Ele possui diversos empreendimentos comerciais e propriedades que totalizam um patrimônio líquido estimado em US$ 1 bilhão, conforme reportagem da Forbes publicada em 2022. É claro que Diddy pode sofrer perdas financeiras significativas caso algum dos processos vá adiante.


O artista é considerado um dos rappers mais ricos de todos os tempos. Em 2002, a revista Fortune nomeou Diddy como um dos 40 norte-americanos mais ricos com menos de 40 anos. Na época, ele era fundador e CEO da Bad Boy Entertainment e possuía um patrimônio estimado em US$ 293,7 milhões.


De onde, exatamente, veio a fortuna de Diddy? Ela é resultado de uma combinação de contratos com gravadoras, investimentos em propriedades, uma linha de roupas, parcerias com marcas de bebidas alcoólicas, atuação e até mesmo negócios relacionados à cannabis.


Música e gravadoras

Durante sua carreira musical, Diddy lançou cinco álbuns de estúdio, dois álbuns colaborativos, um álbum de remixes e 72 singles. De acordo com um relatório publicado pelo Business Insider, a gravadora de Diddy arrecadou cerca de US$ 130 milhões por ano em seu auge.


Informações da revista de moda e estilo de vida Highsnobiety indicam que sua própria música, incluindo álbuns e singles, gera US$ 100 milhões em royalties. Seu primeiro álbum de rap, “No Way Out”, alcançou o primeiro lugar na Billboard 200 na semana de lançamento, vendendo 561 mil cópias, e recebeu cinco indicações ao Grammy em 1998. Diddy ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Rap naquele ano e, em setembro de 2000, “No Way Out” foi certificado como um álbum de platina sétuplo pela Associação Americana da Indústria de Gravação por vender mais de 7 milhões de cópias.


Seus álbuns seguintes também foram bem-sucedidos. Ao longo de sua carreira musical, ele fez parcerias com outros artistas famosos como Rick Ross, DJ Khaled, Fat Joe, Busta Rhymes, Red Café e Fabolous.


Roupas, bebidas alcoólicas e cannabis

Na época do lançamento de seu primeiro álbum de rap, Diddy também lançou sua própria marca de roupas, a Sean John. A marca estreou na Bloomingdale’s, em Nova York, em 1998. De acordo com a Macy’s, a receita anual da Sean John agora supera os US$ 525 milhões.


Em 2004, a Sean John investiu na marca de luxo Zac Posen e, em 2008, adquiriu a marca de streetwear Enyce, da Liz Claiborne, por US$ 20 milhões. Dois anos depois, a Sean John firmou um acordo de distribuição com a Macy’s, tornando a loja de departamentos a única distribuidora de suas roupas esportivas.


Em 2016, Diddy vendeu uma participação de 90% na Sean John para a Global Brands Group, mas a comprou de volta em 2021 por US$ 7,5 milhões.


Enquanto isso, Diddy também realizou diversos investimentos e parcerias no setor de bebidas alcoólicas e cannabis. Em 2007, Diddy e a empresa de bebidas alcoólicas Diageo formaram uma parceria para aumentar a exposição e as vendas da vodca Ciroc e da tequila DeLeón. Na época, o contrato previa uma divisão 50/50 com a empresa, mas atualmente a Diageo detém 100% da Ciroc e da DeLeón. Segundo relatos, estima-se que Diddy tenha lucrado cerca de US$ 60 milhões anualmente com o acordo.


Com seu antigo nome artístico, Puff Daddy, não é surpresa que Diddy também tenha investido na indústria da cannabis. Em novembro de 2022, ele assinou um contrato no valor de US$ 185 milhões para adquirir lojas de varejo e instalações de produção de cannabis em vários estados dos EUA, incluindo Nova York, Illinois e Massachusetts, da Cresco Labs e da Columbia Care, duas das maiores marcas de cannabis do país.


Imóveis

Diddy possui duas casas: uma em Miami e outra em Los Angeles. Mas ele também é dono de um “amplo portfólio de propriedades” composto de casas multimilionárias, de acordo com o Realtor.com.


Em 2021, ele adquiriu de Gloria e Emilio Estefan uma propriedade à beira-mar estimada em US$ 35 milhões localizada em Miami. Essa não é a primeira casa que ele compra no bairro de Star Island. Em 2003, ele já havia comprado a casa ao lado da propriedade dos Estefan por US$ 14,5 milhões, o que, segundo o Realtor.com, coloca Diddy “no caminho certo para construir um complexo”.


Diddy também é dono de um condomínio de US$ 2,7 milhões em Miami e de uma mansão avaliada em US$ 39 milhões em Los Angeles, além de já ter possuído propriedades em Nova York, Nova Jersey e Geórgia.


Atuação e investimento

No início da década de 2010, Diddy ampliou suas atividades e passou também a atuar. Ele coestrelou o filme de comédia “O Pior Trabalho do Mundo” (“Get Him to the Greek”) e apareceu em séries de televisão como “Entourage”, “Hawaii Five-0” e “It’s Always Sunny in Philadelphia”. Embora não haja relatos que detalhem quanto Diddy ganhou em cada uma dessas obras, “O Pior Trabalho do Mundo” arrecadou US$ 95,5 milhões em vendas de bilheteria.


Em 2023, Diddy anunciou um novo mercado online chamado Empower Global, cujo principal foco é destacar empresas pertencentes a negros, referindo-se a ele como “Black Wall Street”.


“Sempre sonhei ter sucesso na música, ser obcecado por moda e ser o maior empreendedor negro em série de todos os tempos”, disse. O tempo dirá se ele conseguirá manter os frutos desse sucesso.


 


 


 


Esta matéria foi publicada originalmente em Fortune.com.


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