A maioria das principais obras da prefeitura de Rio Branco que prometiam mudar o cenário arquitetônico da capital, anunciados em maio, estão paradas. Enquanto isso, o principal programa de infraestrutura da prefeitura de Rio Branco na gestão de Tião Bocalom, o Asfalta Rio Branco, foi acelerado durante as eleições e suspenso após a definição do pleito, que acabou com o chefe do executivo municipal se reelegendo.
Em entrevista ao ac24horas, Ferreira disse que o ritmo de trabalho do Asfalta Rio Branco nas ruas foi tão frenético durante a campanha que não foram feitos os serviços complementares, como meios-fio e sarjetas, e com o início do período de chuvas, a durabilidade das pavimentações seria ameaçada.
“Eu dei uma suspendida. Nós fizemos ruas de todo jeito. Antes das eleições, naturalmente, tivemos que dar celeridade. Agora primeiro eu preciso fazer o balanço geral, concluir as obras das ruas que foram feitas, meio-fio e sarjeta para a gente não perder rua nenhuma, proteger o asfalto, dei uma recuada”, afirmou.
José Adriano, presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado do Acre – SINDUSCON, que acompanha os trabalhos feitos no programa, falou à reportagem que a orientação para a mudança de estratégia dos trabalhos foram as empresas envolvidas nas obras.
“É uma paralisação estratégica para que as empresas façam acabamento de meio-fio e sarjeta. Assim, quando as chuvas aumentarem o volume, não vão causar desgaste dessas plataformas que foram recém-asfaltadas. Foi nós mesmo que orientamos a prefeitura que começasse a tomar essas providências porque estava havendo um grande número de quilômetros sendo asfaltado e essa parte de drenagem nas laterais para proteger o asfalto estava devagar”, disse.
ELEVADO DA DIAS MARTINS ESTÁ ATRASADO HÁ 6 MESES
Outro grande item de vitrine da gestão de Tião Bocalom, o elevado da Estrada Dias Martins, localizado numa região de grande congestionamento em horários de pico, teve ordem de serviço assinada em 28 de setembro de 2023 com prazo estimado para conclusão em 8 meses, ao custo de R$ 15 milhões. 13 meses depois, a obra foi acelerada e teve previsão de abertura há 2 dias antes do dia da eleição, o que acabou não acontecendo.
Segundo o secretário Cid Ferreira, a empresa responsável pelo elevado quebrou os prazos estabelecidos e é “enrolada”. “Já está praticamente pronta. Eu dei um prazo para a empresa entregar, extrapolando, até o dia 15 de novembro. Não dá mais para prorrogar esse prazo para eles, oh empresa enrolada”, disparou.
MAIORIA DAS OBRAS DE “PACOTÃO” ESTÃO PARADAS
No dia 13 de maio deste ano, a prefeitura de Rio Branco convocou a imprensa para anunciar um pacotão de quatro obras de alto impacto que mudariam o cenário urbanístico da capital.
Ao custo de R$ 17 milhões e previsão de entrega para 2026, o novo Terminal Central em Rio Branco teria ligação por passarelas com o Shopping Aquiry e edifício garagem com três andares de estacionamentos que ficarão acima dos terminais de ônibus. Na ocasião do anúncio do projeto, Tião Bocalom disse que a ideia estava em fase de captação de recursos, mas não se ouviu mais falar de avanços.
Outro projeto que ainda não andou, apesar de ter sido anunciado que estava licitado, é a Orla da Cadeia Velha, aos fundos do Mercado Municipal Elias Mansour. A obra está orçada em R$ 5,2 mi com previsão de entrega para o meio de 2025, mas a reportagem não conseguiu visualizar qualquer intervenção no local.
Bocalom também anunciou, na mesma oportunidade, a revitalização do Calçadão da Benjamin Constant com investimento de R$ 1,7 mi. Seriam reformados boxes, piso e haveriam também outras melhorias. A obra já estaria licitada e com previsão de entrega para o meio de 2025, mas não há qualquer movimentação no local.
A reconstrução do Mercado Elias Mansour, ao custo de R$28.700.000, tendo como fonte R$ 20 mi de emenda do senador Márcio Bittar e R$ 5 mi da ex-deputada federal Mara Rocha, com o restante de investimento de recursos próprios da Prefeitura de Rio Branco, é o única obra do pacotão que está em execução.