Transporte coletivo e buracos fazem candidatos se “estranharem” em debate

Foto: Jardy Lopes

O primeiro debate para as eleições municipais de 2024 em Rio Branco contou com a presença dos candidatos Marcus Alexandre (MDB), Tião Bocalom (PL), Emerson Jarude (NOVO) e Jenilson Leite (PSB), mediado pela apresentadora Samira Benoniel, na manhã desta segunda-feira, 16, nos estúdios da TV Norte, afiliada SBT.


Os postulantes ao comando do Poder Executivo Municipal para o quadriênio 2025/2028 abriram o debate com suas considerações iniciais e defenderam o momento como fundamental para a proposição de propostas para a cidade. O debate foi realizado em seis blocos, sendo o último destinado às considerações finais.


1° bloco


Com a temática sobre tecnologia e informação, o candidato Emerson Jarude questionou Marcus Alexandre quanto às suas propostas na área. O emedebista relembrou seu trabalho como prefeito: “Eu fui reeleito no primeiro turno, portanto, a nossa gestão foi testada e aprovada pela população. Nós, na educação, fizemos um grande investimento, foram 14 escolas construídas, creches, abrimos mais de 5 mil vagas para as crianças nessa situação, fizemos o maior concurso da história, foram 1.500 profissionais que nomeamos em 2017, zeramos o cadastro de reserva da educação, garantimos oferta de vagas nas creches e na pré-escola, fizemos convênios com as igrejas e creches comunitárias. Fizemos um trabalho tão bonito que atingimos a segunda melhor nota do IDEB no país”. Jarude rebateu: “A realidade não é tão boa assim”, ao que Marcus Alexandre respondeu com uma indireta: “Acho que o candidato não andou tanto assim”, e falou de suas propostas, como o Coworking.


O candidato Jenilson Leite também questionou o candidato à reeleição, prefeito Tião Bocalom, sobre o tema. O prefeito mencionou o trabalho de sua gestão: “Sem conversa fiada. Demos tablets para os alunos, com internet, e notebooks para os professores, também com internet. Colocamos rede de fibra óptica em todas as escolas, 350 quilômetros de fibra. Nós estamos definindo agora três áreas de tecnologia aqui em Rio Branco. Já estamos destinando R$ 5 milhões para nossos jovens desenvolverem projetos de tecnologia e inovação”, afirmou. Jenilson respondeu dizendo que a capital carece de propostas na área da tecnologia e informação: “Coloquei na minha proposta que vamos criar o Centro de Oportunidade Digital, para dar oportunidade à nossa juventude de aprender, saindo da condição aleatória de usar internet e direcionando sua atenção ao conhecimento”. O bloco foi encerrado com Bocalom debatendo o mesmo tema com Jarude, que agradeceu a sinceridade do prefeito ao falar das escolas: “Obrigado por não esconder a verdade, diferente do esconde-esconde do Marcus Alexandre. Ele esconde o partido, esconde o Jorge Viana, esconde o Lula”, alfinetou.


2° bloco


No tema da economia local, definido em sorteio, Tião Bocalom evitou confronto com Marcus Alexandre e escolheu Jenilson Leite para debater o assunto. O médico apresentou suas propostas: “Nós vamos estabelecer um forte programa de mecanização do campo e trabalhar a questão do fortalecimento das agroindústrias”. Bocalom rebateu mencionando o trabalho de sua gestão: “Nós investimos R$ 13 milhões. As máquinas estão compradas para apoiar a produção de arroz, feijão, milho e agricultura familiar. Os galpões estão sendo construídos agora. Tudo isso é investimento com dinheiro próprio, enquanto o outro prefeito sempre dizia que nunca havia dinheiro. Agora tem”.


Jarude deu continuidade ao tema questionando o trabalho de Bocalom em relação aos ramais e à produção: “Nós trabalhamos nos ramais, temos 12 máquinas. Vamos ampliar a produção de feijão e leite em Rio Branco”, defendeu o prefeito.


Em seguida, Marcus Alexandre e Jenilson criticaram a atual gestão. Na ocasião, Marcus garantiu a revisão do projeto do Shopping Popular: “O projeto não seguiu o plano inicial que tínhamos com o Seagri. A distribuição dos boxes não foi adequada. Para piorar, o prefeito Bocalom terceirizou o shopping para uma empresa de Goiânia. Quero dizer aqui aos permissionários que a perseguição e a tomada de boxes vão acabar”, afirmou o emedebista. Leite defendeu a valorização dos comerciantes.


3° bloco


Após o intervalo, o debate retomou com o tema de mobilidade urbana. Jarude e Jenilson discutiram sobre a licitação do transporte público na capital. “Vamos abrir a licitação e garantir ruas de qualidade, além de pontos de ônibus dignos”, afirmou Jarude. Emerson concordou com o candidato do PSB e lembrou dos problemas nas gestões de Bocalom e Alexandre: “Por que não fizeram? A partir de janeiro, vamos resolver esse problema”.


Jenilson aproveitou o tema para questionar Bocalom sobre a abertura da “caixa-preta”. O prefeito rebateu: “Eu abri a caixa-preta sim e baixamos a passagem, que permanece a R$ 3,50. Vamos manter o valor, mesmo com o diesel a R$ 10. A licitação está em andamento”, declarou. Leite prometeu implementar a Tarifa Zero para estudantes: “Vamos fazer”.


Alexandre, por sua vez, questionou Jarude sobre a falta de licitações: “Precisamos de licitação em janeiro e que seja eficiente. A farra está com os dias contados”, afirmou. O emedebista relembrou o trabalho de sua gestão e criticou o candidato: “Quando fui prefeito, renovamos os contratos e já tínhamos anuência do Ministério Público. Nossa frota era muito melhor que a atual, com cinco terminais funcionando”.


O aguardado embate entre Tião Bocalom e Alexandre ocorreu no fim do bloco, e não faltou troca de acusações e gentilezas entre os postulantes à prefeitura. Bocalom teve que perguntar a Alexandre, que criticou bastante o trabalho da prefeitura: “O terminal da Cidade do Povo foi fechado, ele não renovou a frota, não colocou GPS, voltou ao tempo de antigamente, mexendo no transporte, bagunçou as rampas dos cadeirantes, não funciona. O transporte coletivo hoje é uma tragédia, é um fracasso, infelizmente essa é a realidade”, afirmou, sendo rebatido pelo prefeito. “Olha, o que eu encontrei realmente é uma tristeza, é um fracasso. Agora, senhor candidato, quero dizer ao senhor que nós fomos a única gestão a baixar o preço da passagem. Se fosse na tua época, agora a passagem estaria custando R$ 8 reais”, declarou Bocalom.


4° bloco


O tema de Segurança Pública trouxe o debate entre Jenilson Leite e Tião Bocalom, que discutiram sobre a situação das ruas. Bocalom afirmou: “Quando assumi, as ruas estavam acabadas”. Jenilson discordou.


Marcus Alexandre e Jenilson defenderam a criação da Guarda Municipal: “Vamos trabalhar nos quatro anos, diferente da atual gestão, que deixou para o último ano. Temos interesse em implementar a guarda municipal”, afirmou Jenilson. Marcus Alexandre também assumiu o compromisso: “Vamos dar atenção a essa área, garantindo limpeza, iluminação, melhoria no acesso e ampliando o convênio com a Polícia Militar”, ressaltou Alexandre.


O tema também foi defendido por Emerson Jarude: “A implementação da Guarda Municipal é importante para a cidade. Vamos fazer concurso público quanto antes”, garantiu.


5° bloco


Durante o tema livre, os candidatos Tião Bocalom e Marcus Alexandre se alfinetaram, sendo o ponto alto do debate. Alexandre destacou as promessas não cumpridas pelo prefeito: “O Bocalom vem aqui mentir e tentar conseguir seu voto no fiado. Vamos lembrar aqui, o Bocalom prometeu mil e uma casas em um dia, mas não entregou nenhuma. E ainda recebeu uma tábua de carne de presente, porque a madeireira que está lá com aquelas madeiras que não prestam, está recebendo R$ 20 mil reais por mês para guardar essas madeiras de refugo. Ele não entregou nenhuma casa, prometeu água 24 horas na torneira, fechou a cidade sem água, e o sistema de abastecimento está um caos”, disse, sendo rebatido pelo prefeito municipal: “É incrível este candidato que está aqui mais uma vez. Na época dele, o dinheiro não dava para nada, nem adiantava prometer porque ele, nem fazia, porque não tinha dinheiro. Agora não, agora nós temos dinheiro. Vocês estão vendo aquele viaduto ali? R$ 18 milhões de reais de custo próprio, vamos construir 4 creches, porque ele nunca conseguiu construir uma creche com recurso próprio. Com recursos próprios, R$ 23 milhões, as mil e uma casas estão sendo construídas. É mentira dele, ele não viu lá, ele nem sabe o que é aquilo, não entende de nada. Agora eu entendo, e vou entregar todas essas casas no ano que vem, no Dia das Mães”, garantiu.


O sexto e último bloco foi dedicado às considerações finais dos candidatos, que tiveram um minuto para interagir e apresentar suas propostas aos eleitores.


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