O Supremo Tribunal Federal (STF) teme um desgaste de imagem com a investigação envolvendo o cantor Gusttavo Lima, que teve o pedido de prisão decretado na segunda-feira (24).
Isso porque o ministro Nunes Marques esteve na festa de aniversário de Lima em um iate de luxo na Grécia, no início de setembro. A viagem do artista à Europa é citada na decisão judicial.
Segundo fontes da Corte, o contexto é ainda mais preocupante porque os foragidos José André Rocha Neto e Aissla Sabrina Rocha, sócios da casa de apostas Vai de Bet, também estavam na celebração.
Na ocasião, o STF justificou que o ministro estava em Roma para um compromisso acadêmico e, “como estava perto, passou para cumprimentar o cantor, que é amigo dele, por ocasião do aniversário”.
Em um vídeo publicado no Instagram por um perfil de fãs do artista sertanejo, o ministro do Supremo aparece ao fundo aplaudindo o aniversariante na hora do parabéns. Logo após a festa, ele participou por videoconferência da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta terça-feira, Marques sinalizou a interlocutores que a ordem de prisão assinada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Pernambuco, não está bem fundamentada juridicamente.
A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou a Operação Integration, que culminou na emissão de 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em cinco Estados. Além de Lima, também foi alvo a influenciadora e advogada Deolane Bezerra.
Segundo as investigações, Gusttavo Lima teria dado “guarida a foragidos” e ocultado R$ 9,7 milhões recebidos em dois depósitos de jogos ilegais. O artista sertanejo deixou o Brasil na véspera do pedido de prisão e está em Miami junto à família. A defesa do cantor nega irregularidades.