Um novo incêndio atingiu o Parque Nacional da Serra do Divisor no município de Mâncio Lima, no interior do Acre, e já destruiu pelo menos 110 hectares de floresta na Comunidade Novo Recreio, da terra indígena Nawa. A área afetada equivale a 154 campos de futebol.
A informação foi divulgada na manhã deste domingo (15) pelo Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC). Segundo a corporação, o incêndio já dura há dias, mas não foi informada a data de início da queimada.
Bombeiros e brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) combatem as chamas e já contiveram o primeiro ponto de queimada. As equipes atuam em um segundo trecho.
Ainda segundo os bombeiros, foi possível preservar 55 hectares de vegetação nas áreas atingidas pelo fogo. O g1 tentou contato com o comando do Corpo de Bombeiros no Vale do Juruá e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Além do incêndio anterior no parque nacional, os bombeiros atuam em outra queimada de grandes proporções na na Vila Pentecostes, em Cruzeiro do Sul, cidade vizinha a Mâncio Lima. Esse incêndio havia destruído cerca de 15 hectares até a última sexta-feira (13). O combate a essas chamas já dura mais de 15 dias.
Após seis dias, os bombeiros, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e moradores da região conseguiram controlar o incêndio no Parque Nacional da Serra do Divisor, em Mâncio Lima, no interior do Acre. A informação foi confirmada à Rede Amazônia Acre no dia 6 de setembro pelo coordenador da Operação Fogo Controlado no Juruá, capitão Luiz Neto.
Segundo o capitão, o fogo atingiu uma área de 14 hectares. Os agentes conseguiram conter as chamas e acompanham os pontos que ainda têm brasa acesa para impedir que o fogo retome. Para conter o fogo foi preciso utilizar uma técnica chamada de aceiro.
“A gente está com a situação bastante controlada, não há mais fumaça na Serra do Divisor, apenas alguns pontos de calor, apenas brasa queimando. Nossa equipe, nesse momento, está apenas fazendo a gestão, o monitoramento da área para que a gente possa sair de lá apenas quando não tiver nenhum foco de calor. O combate foi feito, creio que, no mais tardar, no domingo a nossa equipe já vai estar de volta à base”, explicou.
O combate direto às chamas não foi possível por conta da presença de serrapilheiras, que são restos de vegetação que se acumulam nas florestas e formam uma camada de resíduos. Com essa formação, o fogo queima em profundidade, o que impede a ação diretamente nas chamas.
Além das técnicas para impedir o avanço do fogo, com apoio de moradores da região, o militar também ressaltou que a forte chuva que atingiu a região nessa quinta-feira (5) ajudou no controle do incêndio.
“A gente fez um trabalho junto com a comunidade na realização de aceiros porque o combate direto fica difícil, visto que o fogo é em profundidade. Nós temos ali uma quantidade de serrapilheira que dá em torno de 30 centímetros de profundidade, isso queima em profundidade e o combate direto não é eficaz. A gente teve que fazer um aceiro de um quilômetro e fazer a gestão e monitoramento para que o fogo não passe nessa região do incêndio que houve na serra do divisor”.
Fonte: G1 Acre