A família do jovem Carlos Arthur de Souza Santos, de 26 anos, está desesperada por notícias dele, que desapareceu após sair da casa do pai no bairro Aeroporto Velho no último dia 3 de setembro. O rapaz disse que voltaria à Comunidade Terapêutica Caminho de Luz, localizada na Vila Benfica, no Segundo Distrito de Rio Branco, onde havia permanecido por 50 dias. Porém, segundo o pai, o aposentado Carlos Pires, o jovem nunca chegou até o local.
“No dia seguinte [à saída da comunidade] ele veio pra cá, passou uns dias aqui comigo, tava limpo, tava bem alimentado. Ele disse: ‘pai, eu vou lá na casa de apoio para buscar umas coisas que eu deixei lá’. Eu disse: ‘tudo bem, vai, que eu vou ficar fazendo almoço para nós aqui’. Quando chegou à noite, nada, no outro dia, nada. No dia seguinte, eu liguei para a casa de apoio, falei com o pessoal, e me disseram que ele não apareceu lá. Então, ele desviou o caminho”, relata o pai.
Sem notícias do jovem, a preocupação da família aumentou. A apreensão seguiu até o dia 10 de setembro, quando Pires recebeu uma ligação de um número desconhecido. Ao atender, era o filho que dava sinal de vida.
O rapaz disse ao pai que precisava de ajuda, que ele entendeu ser financeira. Pires lembra que, ao longo dos anos convivendo com a dependência química do filho, costumava dar dinheiro. Porém, dessa vez, disse ao jovem que não ajudaria.
“Sempre ele ligava para mim, quando ele estava assim fora, ele ligava para a mãe dele também, mas para a mãe dele ele ligava querendo dinheiro para comprar droga. E às vezes, até que mandava para ele, não tinha como evitar isso. Às vezes a gente dava, às vezes não. Eu sei que nesse dia que ele ligou pra mim, no dia 10, eu estava chateado com ele. Eu disse: ‘meu filho, olha, infelizmente eu não posso mais ajudar você. Eu já fiz o que eu podia fazer por você. Agora, você se vira, toca a tua vida do jeito que tu quer, porque eu não tenho mais paciência para te ajudar’”, conta.
O pai lembra ainda que, ao se chatear, bloqueou e apagou o número do qual o jovem ligou. Depois disso, a família não teve mais notícias dele.
Com o retorno da preocupação, a família decidiu procurar a Delegacia da 1ª Regional de Rio Branco para registrar o desaparecimento de Carlos. De acordo com o delegado Karlesso Nespoli, coordenador da unidade ainda não há informações sobre a localização do rapaz.
Além de registrar o desaparecimento, a família decidiu divulgar o caso nas redes sociais para pedir que quem tiver informações sobre Carlos entre em contato. Após a publicação, segundo Pires, uma conhecida do rapaz procurou a família para dizer que, no dia 17 de setembro, o viu na região do bairro Seis de Agosto, e que ele estava sujo e descalço.
Agora, a família faz buscas por conta própria na região. Quem avistar ou souber informações sobre Carlos pode comunicar a polícia ou entrar em contato com a família pelos números (68) 98402-9806 ou (68) 98403-9146.
“O problema dele é complicado mesmo. Mas a gente pede a divulgação desse desaparecimento dele porque se trata de um ser humano. Mas para nós, a família, eu como pai dele, a vida dele, para mim, é o que importa”, finaliza.
Fonte: G1 Acre