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Em UPAs e pronto-socorro de Rio Branco, pais reclamam de falta de hospital infantil

Criança espera atendimento no Pronto Socorro - Foto: Whidy Melo/ac24horas

Uma visita às unidades de pronto atendimento e socorro de Rio Branco nesta terça-feira (24) revelou o resultado dos altos índices de poluição do ar na capital do Acre. Com centenas de crianças e adultos procurando atendimento com sintomas respiratórios, a principal queixa é a falta de um hospital infantil de referência e a mistura entre pacientes com sintomas virais e os de outras demandas.


A reportagem do ac24horas foi até as Unidades de Pronto Atendimento da Sobral, do 2° Distrito, e o pronto-socorro de Rio Branco. O serviço é avaliado pelos entrevistados como regular, com ambiente limpo, tratamento adequado, empenho de serviço de acolhimento e distribuição de máscaras.


Francineide Montenegro, moradora do bairro Canaã, procurou atendimento para a filha de 6 meses na UPA do 2° Distrito. A criança tem diarreia, febre, falta de ar e vômito, causando apreensão na mãe quanto a necessidade de internação de sua filha: “O atendimento aqui tem sido bom, não posso reclamar. Depois dessa fumaça, ficou assim, eu tenho medo porque as crianças são as que mais sofrem e a gente não tem um hospital onde possamos recorrer”, disse.


Entrada da UPA do segundo distrito – Foto: Whidy Melo/ac24horas

No mesmo local e quase ao lado de Francineide e sua filha, está Saynara Luenda, de 34 anos. Luenda está com tuberculose, procurou atendimento na mesma unidade na última sexta-feira (20), quando recebeu o pedido de exame do escarro que só pôde ser realizado ontem (23) por causa do horário de coleta, sem, no entanto, ter recebido receita para amenizar os sintomas.


“A gente se preocupa primeiro porque de sexta pra cá ela emagreceu 5 quilos, não come nada, está fraca, com manchas no pulmão. Aqui, esperando com outros pacientes, ela pode até passar a doença dela para outras pessoas. Eu acho que deveria ter um hospital só pra cuidar de doenças respiratórias pelo menos nesse período”, disse Carlos Sandro, esposo de Saynara.


Jéssica Aguiar de França, moradora do Polo Benfica, acompanha o filho de 8 anos que sofreu uma luxação no braço. Ela disse também se preocupar com o ambiente da espera da unidade de saúde. “Tipo a Covid-19, vem uma pessoa para cá com Covid e a gente que não está, está arriscado a pegar”, comentou.


Filha de Rafael Morais, de 3 anos, aguarda por atendimento no PS – Foto: Whidy Melo/ac24horas

No pronto-socorro de Rio Branco, Rafael Morais busca atendimento para a filha de 3 anos. A menina tosse produtiva e febre, que se intensificaram à medida do agravamento da poluição do ar. “O problema respiratório agravou nela desde sexta-feira. A preocupação como pai é grande porque, tipo assim, a gente prefere que seja com a gente do que com o filho da gente, mas esse problema não é só com ela. Muitas pessoas estão passando por isso. A gente trancado dentro de uma casa, com o ar-condicionado ligado, parece que o ar está puxando a fumaça para dentro, acorda com esse cheiro da fumaça. O atendimento aqui é até bom, até bom, mas é muita gente pra atender não só de Rio Branco, é preciso um esforço do governo para que a gente tenha um hospital de referência pra essas crianças”, afirmou.


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