O dólar zerou as perdas perante o real nesta sexta-feira (6) e opera com ligeira alta, com mercado voltando a reforçar a expectativa por corte de 25 pontos-base nos juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) este mês, conforme o monitoramento do CME Group, mas ainda deixando a possibilidade de um corte mais forte em aberto.
Traders tentam firmar uma precificação para a política monetária após o relatório payroll mostrar que a criação de emprego nos Estados Unidos acelerou em agosto, mas ficou aquém do esperado.
A curva de juros aponta para 61% de chance do Fed abrir o ciclo de relaxamento com uma redução de 0,25 ponto porcentual agora em setembro, comparado com 50% imediatamente após a divulgação do payroll. Assim, a possibilidade de uma baixa mais agressiva, de 50 pontos-base, recua para 39%.
Os Estados Unidos criaram 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto, menos do que o esperado pelos analistas, refletindo uma desaceleração do mercado de trabalho. Agentes do mercado previam um crescimento de 160 mil empregos no mês passado. Já a taxa de desemprego caiu para 4,2%, como esperado.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 11h44, o dólar comercial operava com alta 0,12%, a R$ 5,578 na compra e R$ 5,579 na venda. O dólar futuro de próximo vencimento (DOLc1) subia 0,20%, a 5.598 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,19%, cotado a 5,5726 reais.
O Banco Central informou que dará início, a partir desta sexta-feira, a leilões diários para a rolagem de US$ 15,1 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de novembro, em um total de 302.008 contratos.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,578
- • Venda: R$ 5,579
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,611
- • Venda: R$ 5,791
O que aconteceu com o dólar hoje?
Depois de uma enxurrada de dados do mercado de trabalho americano ao longo da semana, o payroll desta sexta veio abaixo do esperado, definindo o tom para a reunião do Federal Reserve (Fed) no dia 18 de setembro.
Importante lembrar que o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que o foco do banco central estava mudando do combate à inflação para a prevenção da deterioração do mercado de trabalho quando ele apoiou fortemente o início iminente do ciclo de flexibilização monetária na conferência econômica anual em Jackson Hole no mês passado.
Os primeiros a reagir ao payroll serão dois dos grandes nomes do Fed – o governador do Fed Board, Christopher Waller, e o presidente do Fed de Nova York, John Williams.
Na avaliação de Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, o payroll foi liquidamente dovish, reforçando a perspectiva de que o Fed deverá iniciar o ciclo de afrouxamento de forma mais agressiva, com um corte de -50bps. Além disso, segundo o economistas, eleva a probabilidade de um ciclo de afrouxamento ainda mais profundo em 2024.
“Embora o headline tenha ficado ‘apenas’ 23 mil abaixo do esperado (142 mil observados frente a 165 mil esperados), a revisão líquida de dois meses foi de 86 mil, o que significa que temos uma surpresa baixista no mercado de trabalho que ultrapassa 100 mil”, diz Sanchez.