O dólar à vista fechou em leve alta ante o real nesta quarta-feira (25), influenciado pelo avanço firme da moeda no exterior, em um dia marcado por dados favoráveis de inflação no Brasil.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,13% em setembro, 0,06 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em agosto (0,19%) e também abaixo da alta de 0,30% prevista pelo consenso da Reuters.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em alta de 0,23%, a R$ 5,475 na compra e a R$ 5,476 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 0,35%, a 5.477 pontos.
Na véspera, o dólar à vista fechou em queda de 1,3% com o anúncio de estímulos econômicos na China, a R$ 5,462. Em setembro, a moeda acumula baixa de 2,82%.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,475
- • Venda: R$ 5,476
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,505
- • Venda: R$ 5,685
O que aconteceu com o dólar?
O mercado analisava novos dados do IPCA-15 de setembro, nesta quarta-feira (25), em busca de indícios sobre a trajetória da inflação no Brasil e, consequentemente, da política monetária local.
O IBGE informou que o índice teve alta de 0,13% no mês, abaixo dos 0,3% esperados por analistas consultados pela Reuters, ante avanço de 0,19% em agosto.
Em 12 meses, o IPCA-15 atingiu alta de 4,12%, após subir 4,35% no mês anterior.
O resultado, que mostrou a inflação se aproximando um pouco do centro da meta, afastou temores em relação à dinâmica futura dos preços no Brasil, reduzindo as expectativas do mercado por uma alta agressiva na Selic na próxima reunião do Copom em novembro.
Operadores passaram a ver 77% de chance de um aumento de 50 pontos-base na taxa básica de juros em novembro, para 11,25% ao ano, de 94% antes dos dados. Eles veem 23% de probabilidade de alta de 25 pontos.
“O IPCA 15 vem como uma boa notícia. Ele mostra que, aparentemente, setembro vai ser igual a agosto, um mês de baixa pressão inflacionária, e que é possível que o Brasil continue a ter sua estabilização de preços em direção à meta”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Porém, segundo analistas, o cenário era ambíguo para a moeda brasileira, pois enquanto a estabilização da inflação seria um elemento positivo para investidores estrangeiros, a perspectiva de juros menores torna o real menos atrativo para operações.
No cenário externo, o dólar se recuperava após a forte queda acumulada na véspera.
Na terça-feira, diversos pares da moeda norte-americana, incluindo o real, ganharam sobre o dólar devido ao apetite por risco impulsionado pelo anúncio de um pacote de medidas de estímulo econômico na China, que tem sofrido com uma crise imobiliária e uma demanda interna fraca.
Esse impulso, no entanto, parecia se dissipar nesta sessão, com alguns analistas ponderando sobre o verdadeiro efeito do estímulo chinês, gerando queda nos preços de algumas commodities, como o petróleo.
(Com Reuters)