O dólar comercial fechou em baixa ante real nesta sexta-feira (13), ampliando as perdas da véspera, à medida que os mercados globais acirravam o debate em torno do tamanho do corte de juros a ser feito pelo Federal Reserve nos EUA na próxima semana.
A moeda norte-americana cedeu ante o real durante praticamente toda a sessão, em meio ao recuo firme do dólar ante as demais divisas no exterior. O movimento estava em sintonia com a queda dos rendimentos dos Treasuries, com investidores apostando que o Fed poderá cortar os juros em 50 pontos-base na quarta-feira (18).
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em queda de 0,92%, a R$ 5,567 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha queda de 1,08%, a 5.576 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,57%, cotado a R$ 5,617. Na semana, a divisa acumulou baixa de 0,39%.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,567
- • Venda: R$ 5,567
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,601
- • Venda: R$ 5,781
O que aconteceu com o dólar hoje?
Os jornais The Wall Street Journal e Financial Times publicaram artigos indicando que a decisão do Fed na próxima semana está mais incerta do que os mercados têm projetado.
As mudanças nas apostas foram motivadas por comentários do ex-presidente do Fed de Nova York Bill Dudley, defendendo que há um forte argumento a favor de um corte de 50 pontos, já que os juros nos EUA estão atualmente de 150 a 200 pontos acima da chamada taxa neutra para a economia.
“Hoje o motivo para o dólar estar cedendo é o aumento das chances de o Fed cortar 50 pontos-base. O mercado estava precificando 25, mas a inflação está arrefecendo”, pontuou Guilherme Suzuki, sócio da Astra Capital.
“Tudo indica que Fed pode, sim, cortar 50 pontos, e isso se reflete no Brasil, porque nossa curva (de juros) precifica três aumentos (da Selic) até o fim do ano”, acrescentou.
De fato, a curva de juros brasileira seguiu precificando nesta sexta-feira um aumento de 25 pontos-base da Selic na próxima semana, para 10,75% ao ano. Com a possibilidade de o Fed cortar mais seus juros, para a faixa de 4,75% a 5,00%, o diferencial a favor do Brasil ficaria ainda maior, tornando o país ainda mais atrativo ao capital internacional.
Em reação, após marcar a cotação máxima de R$ 5,6272 (+0,17%) na abertura dos negócios, o dólar à vista caiu a para a mínima de R$ 5,5450 (-1,29%) às 11h57 (horário de Brasília).
“Considerando o evento isoladamente, o dólar poderia entrar numa tendência de baixa se o Fed cortar 50 pontos, por conta do aumento de diferencial de juros, que torna mais atrativo aplicar no Brasil”, pontuou Suzuki.
Segundo ele, porém, outros fatores podem influenciar as cotações e sustentar o dólar ante o real nos próximos meses, como os receios em torno do orçamento do governo brasileiro para 2025 e os conflitos no Oriente Médio e entre Rússia e Ucrânia, além das preocupações quanto a uma recessão nos países centrais.
(Com Reuters)