Uma médica foi presa no último domingo (11) após atirar contra o ex-companheiro em Jaraguá do Sul, no norte de Santa Catarina. O homem havia alugado o apartamento para passar o Dia dos Pais com o filho, que também estava no local no momento dos disparos. Ele não corre risco de morte.
De acordo com o delegado Caléu Mello, a vítima, que é policial militar, residia no Mato Grosso e buscou a criança na escola na sexta-feira (9) com uma ordem judicial, sem ter tido nenhum contato com a ex-companheira.
Segundo as investigações, a médica alugou um apartamento no mesmo local e arrombou o imóvel que o homem estava hospedado. A invasão foi filmada por câmeras de segurança. Veja abaixo:
“Pelas imagens dá para ver que ela coloca um objeto metálico que consegue arrombar o imóvel. Três minutos antes de o ex-companheiro chegar com o filho, ela entra no imóvel e fecha a porta. Cerca de 57 minutos depois ocorrem os disparos.
Pelo relato da vítima, quando o PM foi para o andar de cima, ele entrou no banheiro e foi surpreendido por ela saindo do armário. “Neste momento ela teria efetuado os disparos a cerca de um metro de distância”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, foram efetuados ao menos cinco disparos, mas o exame no local do crime ainda irá determinar corretamente quantos disparos foram feitos. Segundo as investigações, a arma era registrada no nome da mulher.
A vítima está internada aguardando por outra cirurgia, sem risco, contou o delegado. A médica foi presa em flagrante e a prisão foi convertida em preventiva. “[Ela] foi beneficiada com uma medida protetiva há 2 anos e 6 meses e, como a medida não tinha prazo e não foi revogada, tecnicamente ainda era válida”, falou o delegado.
O que diz a defesa da médica
Em nota, o advogado de defesa da médica, Daniel de Mello Massimino, afirmou que ela se dirigiu ao local em que se deu a ocorrência por conta da preocupação com relação à saúde de seu filho, que estava naquele momento com o pai.
“Essa preocupação se deveu ao fato de que ela não conseguiu contato telefônico com ele. Na verdade, esse contato ele foi bastante conturbado ali, então ela foi ao local”, afirmou a defesa.
O advogado afirmou ainda que havia um histórico de longa data de violência e por isso a médica foi com a arma que ela tinha. “O CAC foi justamente tirado por conta dessa situação também […] então, ao chegar ao local, houve um início de atrito verbal entre ambos, que acabou se desdobrando numa agressão por parte do genitor”, disse.
Segundo o relato da defesa, a médica utilizou-se da arma para repelir a agressão que estava sofrendo. “Ela agiu em legítima defesa dentro do apartamento […] a circunstância em que os fatos ocorreram é controversa”, disse o advogado.