O Brasil alertou a Nicarágua de que haverá consequências políticas e diplomáticas com a expulsão do embaixador brasileiro, Breno de Souza, no país governado pelo presidente de extrema-esquerda Daniel Ortega.
A informação de que o governo Ortega decidiu expulsar o diplomata brasileiro chegou nesta quarta-feira (7) à noite ao Itamaraty.
O chanceler Mauro Vieira irá conversar nesta quinta-feira (8) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, antes de qualquer manifestação formal do Brasil.
A diplomacia brasileira ponderou aos nicaraguenses que pensassem melhor sobre a expulsão. A atuação tem se dado nos bastidores, em movimentos discretos, ainda sem posicionamentos oficiais.
A decisão veio após o embaixador não comparecer no aniversário da Revolução Sandinista, data comemorativa da Nicarágua. O evento ocorreu em 19 de julho. A ausência irritou o governo Ortega, que teria se sentido desprestigiado.
Segundo relatos feitos à CNN, a relação Brasil-Nicarágua já estava praticamente congelada nos últimos meses.
No ano passado, o Papa Francisco chegou a pedir para Lula interceder com Ortega — aproveitando a relação histórica dos dois — a favor de bispos e padres sequestrados na Nicarágua.
Ortega teria ignorado, mais de uma vez, as tentativas de contato do petista. De lá para cá, ssgundo fontes diplomáticas, o relacionamento de alto nível se deteriorou e os dois governos mantêm hoje uma relação distanciada.