Ex-presidentes da Espanha e de países da América Latina formalizaram, por meio de uma carta conjunta, um pedido para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assuma uma posição mais enfática em defesa da democracia na Venezuela.
O texto, assinado por 30 ex-presidentes de países latinos, pede que Lula reafirme “seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”.
A carta afirma que a soberania da Venezuela foi “usurpada” em conluio com os poderes do Estado, que estariam sob controle e serviço de Nicolás Maduro, proclamado vencedor das eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.
Segundo os ex-presidentes, Maduro desconsidera a verdade eleitoral para se manter no poder e adota uma política repressiva de Estado, violando sistematicamente os direitos humanos.
“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. (…) Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país”, diz o texto.
Os ex-presidentes fazem parte da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA). Entre os signatários estão Maurício Macri, da Argentina; Mario Abdo, do Paraguai; Felipe Calderón, do México; e André Pastrana, da Colômbia.
Na carta, eles se declaram “porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida”, em referência aos protestos que aconteceram e acontecem em diferentes cidades da Venezuela.
O texto afirma que o opositor Edmundo González foi o vencedor do pleito com base nas atas das eleições coletadas pela oposição no dia da votação e publicadas em um site para escrutínio internacional e local. “A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia”, finaliza a carta.
Até o momento, Argentina, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Panamá, Peru e Uruguai reconheceram a vitória de González. Nesta segunda (5), o opositor se proclamou presidente da Venezuela.