O dólar à vista emplacou a quarta sessão consecutiva de alta ante o real nesta quinta-feira (29), fechando acima dos R$ 5,60, em linha com o avanço da moeda norte-americana no exterior.
O movimento ocorreu após dados da economia dos EUA sugerirem que o Federal Reserve (banco central do país) aplicará um corte de 25 pontos-base nos juros em setembro, e não de 50 pontos-base. A perspectiva de um afrouxamento menos intenso elevou os rendimentos dos Treasuries, tornando o dólar mais atraente no exterior.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial subiu 1,20%, a R$ 5,623 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 1,29%, a 5.623,69 pontos.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,98%, cotado a R$ 5,5565. Nos últimos quatro dias a divisa acumulou elevação de 2,61%. Em agosto, porém, ainda contabiliza baixa de 0,59%.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,623
- • Venda: R$ 5,623
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,659
- • Venda: R$ 5,839
O que aconteceu com o dólar hoje?
Nesta quarta-feira (29), os mercados globais acompanharam uma bateria de dados da maior economia do mundo, em busca de sinais sobre os futuros movimentos do banco central dos EUA, à medida que se aproxima o encontro que marcará o início de um ciclo de corte de juros.
Dados do Departamento do Comércio mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3,0% no segundo trimestre do ano na base anual, um resultado acima do esperado por analistas consultados pela Reuters, que projetavam alta de 2,8%, como divulgado em um primeiro relatório preliminar do governo.
Além disso, o Departamento do Trabalho relatou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram ligeiramente na semana encerrada em 24 de agosto para 231.000, de 233.000 revisado para cima na semana anterior e abaixo da estimativa de analistas de 232.000 pedidos.
Os números reforçam o argumento de que a economia norte-americana continua forte e que o mercado de trabalho, apesar de passar por um processo gradual de esfriamento, não está à caminho de um colapso total, como se temia no início do mês após dados de emprego mais pessimistas.
Dessa forma, o Federal Reserve, cujas autoridades têm sinalizado o início de um ciclo de cortes de juros em sua reunião de setembro, poderá afrouxar a política monetária em um ritmo mais cauteloso, já que a economia norte-americana não demonstra necessidades urgentes de estímulo.
Operadores indicavam 68% de chances de um corte de 25 pontos-base nos juros em setembro, acima dos 65% projetados na véspera. Eles esperam ainda 100 pontos-base de afrouxamento até o fim deste ano.
A perspectiva de um afrouxamento monetário menos intenso nos EUA elevou os rendimentos dos Treasuries, o que torna o dólar mais atraente no exterior. O rendimento do Treasury de dois anos – que reflete apostas para juros de curto prazo – tinha alta de 3 pontos-base, a 3,898%.
Com isso, o dólar avançou sobre a maioria das moedas emergentes, com altas frente ao peso mexicano, ao peso chileno e ao peso colombiano. O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,29%, a 101,390.
No cenário nacional, analistas ainda avaliavam o anúncio do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, como indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder o chefe da autarquia, Roberto Campos Neto, a partir do próximo ano.