Dólar fecha em baixa e vai a R$ 5,71, após encostar nos R$ 5,80; moeda sobe na semana

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Notas de dólar em foto de ilustração (Reuters/Dado Ruvic)

O dia foi de altos e baixos nas negociações do dólar à vista. Após se aproximar dos R$ 5,80 na manhã desta sexta-feira (2), a moeda perdeu força ante o real e fechou em baixa, acompanhando o recuo no exterior, em meio à perspectiva de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) poderá promover um corte maior de juros em setembro.


A projeção mais otimista se difundiu após a divulgação dos dados de emprego (payroll) dos Estados Unidos, que vieram bem abaixo das expectativas. Os números reforçaram as apostas de que o Fed, de fato, começará a cortar juros em setembro.


Mais do que isso. A curva de juros norte-americana passou a precificar de forma majoritária um corte de 50 pontos-base em setembro — e não de 25 pontos-base, como o mercado vinha esperando.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial fechou em queda de 0,45%, a R$ 5,709 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 tinha baixa de 0,74%, a R$ 5,729.


Na véspera, o dólar à vista atingiu sua maior cotação de fechamento desde 21 de dezembro de 2021, a R$ 5,736 na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,93%.


Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,709
  • Venda: R$ 5,709

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,751
  • Venda: R$ 5,931

O que aconteceu com o dólar hoje?

O dólar à vista abriu com uma ligeira queda frente ao real nesta sexta-feira (2), devido a um movimento de realização de lucros e queda nos rendimentos dos Treasuries americanos.


Porém, o movimento virou para uma alta acentuada por volta das 9h35 (horário de Brasília), com a cotação chegando a R$ 5,80 na máxima, após a divulgação dos dados de emprego dos Estados Unidos, que fomentaram temores de enfraquecimento da maior economia do mundo.


Segundo o payroll, os Estados Unidos criaram 114 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de julho, menos que o esperado pelos analistas. A estimativa, de acordo com o consenso LSEG, era de criação de 175 mil vagas no mês. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, acima dos 4,1% do mês anterior. O esperado pelos analistas era estabilidade em 4,1%.


O temor logo se tornou otimismo com a possibilidade de aceleração dos cortes de juros pelo Federal Reserve. A curva de juros norte-americana passou a precificar de forma majoritária um corte de 50 pontos-base nas taxas dos fed funds em setembro — e não de 25 pontos-base, como o mercado vinha esperando.


Com isso, houve recuo firme nos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que refletiu na curva de juros no Brasil e na precificação do dólar no exterior. O índice dólar (DXY), que mede a moeda frente outras seis divisas, despencou 1,13% nesta sexta-feira, para 103,23 pontos.


De acordo com o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, a forte queda dos rendimentos dos Treasuries pressionou o dólar para baixo, favorecendo divisas como o real.


“Isso ocorre por conta do diferencial de juros (para o Brasil), que tende a aumentar considerando um Fed mais agressivo no corte de juros em setembro”, pontuou Rostagno.


Apesar da queda nesta sessão, o dólar ainda acumulou alta 0,93% na semana, mantendo-se acima dos R$ 5,70. Profissionais do mercado avaliam que, mesmo com o alívio trazido pelo exterior nesta sexta-feira, outros fatores continuam a dar sustentação a moeda norte-americana frente ao real, como preocupações em torno do equilíbrio fiscal do governo.


“Há componentes domésticos que inibem uma apreciação maior do real”, disse Rostagno.


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