Assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim afirmou nesta quarta-feira (7) que teme o agravamento do cenário na Venezuela a ponto de desencadear um “conflito muito grave”.
Em entrevista ao programa Estúdio i, da Globo News, ele expressou sua preocupação, afirmando que não quer usar a expressão “guerra civil”, mas teme muito a situação no país.
Segundo o ex-chanceler, que está à frente da negociação no caso da Venezuela, “o pior cenário é ficar nessa questão, condena um, condena outro”.
A melhor solução seria por meio da conciliação, segundo o assessor de Lula, mas isso “exige flexibilidade de todos os lados”, o que não está sendo observado por vários países, na opinião de Amorim.
Ele criticou a postura dos Estados Unidos de manter “sanções violentas” em meio a um processo de negociação, mesmo caso da União Europeia, que manteve uma postura crítica sendo convidada para ser observadora das eleições.
“A questão não é endurecer, é falar a coisa certa que ajuda na pacificação”, afirmou ao programa da Globo News.
O ex-chanceler afirmou ainda que questionou o presidente Nicolás Maduro sobre as atas e que é lamentável que os documentos não tenham sido apresentados.
A última posição oficial do Brasil sobre o assunto foi publicada na semana passada, quando o país, ao lado de México e Colômbia, divulgou uma nota conjunta, na quinta-feira (1), pedindo a divulgação de atas eleitorais das eleições, que ocorreram em 28 de julho.
A nota também pediu uma solução pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com a “apuração imparcial” dos votos.