Indiciado em dois casos, Bolsonaro aguarda conclusão da PF sobre tentativa de golpe

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REUTERS/Adriano Machado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado, até o momento, em dois dos três inquéritos em que é alvo da Polícia Federal (PF).


Agora, Bolsonaro aguarda a decisão sobre o suposto plano golpista para se manter no poder após ser derrotado nas urnas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse inquérito tem previsão de finalização em setembro.


A questão envolve ex-ministros do governo e ex-chefes do Exército que teriam supostamente planejado uma minuta de golpe para instaurar um estado de sítio no Brasil e impedir a posse de Lula, que derrotou o ex-presidente nas urnas em 2022.


Os ex-comandantes do Exército general Marco Antonio Freire Gomes e da Força Aérea Brasileira (FAB) tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior relataram à PF a pressão do ex-chefe do Executivo por um golpe de Estado para se manter no poder.


Nesses encontros, o ex-presidente teria apresentado uma “hipótese de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e outros instrumentos jurídicos como estado de defesa ou estado de sítio” para permanecer no poder.


O ex-presidente nega as acusações.


Caso das joias

Na quinta-feira (4), a PF indiciou Bolsonaro por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos pela venda de joias da Arábia Saudita presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.


Sua defesa diz que ainda não teve acesso ao inquérito.


Além de Bolsonaro, a PF indiciou outras 11 pessoas.


Com a conclusão, a PF deve enviar o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte. Moraes precisa pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso.


No fim de maio, a CNN revelou que a investigação sobre as joias era prioridade da PF entre outras apurações que envolve Bolsonaro e a previsão, de fato, era finalizar o inquérito em julho.


Carteira de vacinação

O outro indiciamento de Bolsonaro aconteceu em março deste ano, junto ao tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, por supostamente participar em um esquema de fraude no cartão de vacinação contra Covid-19.


Segundo investigação da PF, os registros falsificados foram feitos por uma organização criminosa que teria incluído os dados falsificados no sistema do Ministério da Saúde.


O projeto teria sido iniciado por Cid e abrangia outras pessoas, inserindo “dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.


Uma nova operação da PF foi realizada em 4 de julho de 2024 no âmbito da investigação. Na ocasião, os investigadores da corporação afirmaram que Bolsonaro se beneficiou do esquema.


Como as investigações ainda estão em andamento, ainda não houve encaminhamento do inquérito ao STF.


De acordo com apuração da CNN, o esquema se dava a partir da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ), que tinha como prefeito Washington Reis, que foi alvo de busca e apreensão, e tinha apoio da Secretaria Municipal.


Bolsonaro também nega as acusações de fraude.


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