Na terça-feira (2), o dólar chegou a tocar R$ 5,70 e atingiu o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, a R$ 5,6665, em meio aos ataques de Lula ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e à desconfiança do mercado com o equilíbrio fiscal.
Mas desde quarta-feira (3), com uma mudança de tom de Lula, que reafirmou a responsabilidade com as contas públicas e o cumprimento do arcabouço fiscal, o câmbio tem tido alívio.
Na quinta-feira (4), o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4863 na venda, em baixa de 1,49%.
No cenário externo, os investidores repercutiam nesta sexta-feira (5) dados que mostraram uma moderação do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que amplia o otimismo pelo início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês).
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que foram criadas 206.000 postos de trabalho no país em junho, acima da expectativa de analistas da Reuters de 190.000 vagas, mas menor que o número de maio.
O número de vagas para maio ainda sofreu uma enorme revisão para baixo, a 218.000, ante 272.000 relatadas anteriormente. A taxa de desemprego subiu modestamente para 4,1% neste mês, de 4,0% no mês anterior.
Quando somado à moderação dos preços em maio, o relatório confirmou que a tendência desinflacionária está de volta aos trilhos após o aumento da inflação no primeiro trimestre, o que também pode elevar a confiança das autoridades do Fed em relação às perspectivas de inflação.
Os operadores elevaram ligeiramente as apostas para cortes de juros pelo Fed em setembro e dezembro após a divulgação dos dados.
Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
“Dólar cedendo de maneira global, principalmente em relação a cesta de moedas fortes. Hoje, tem ajuste pós-feriado nos EUA, e também naturalmente o payroll, índice mais importante da agenda da semana”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.