O Vaticano enviou um representante ao Acre para analisar o processo de beatificação do padre Paolino Baldassari, pároco italiano que viveu mais de 60 anos no interior do estado e a quem é atribuído ao menos um milagre após sua morte.
Figura emblemática na cidade de Sena Madureira, a 144 km da capital acreana, Baldassari morreu no dia 8 de abril de 2016, aos 90 anos. Três semanas depois, um homem de 47 anos teria sido curado da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica autoimune que provoca fraqueza motora e para a qual não existe cura, apenas tratamento, após rezar para o padre. É com base nesse caso que o Vaticano analisa a possibilidade de conceder ao padre o título de primeiro santo da Amazônia.
O frei Franco Azzalli disse ao G1-AC que o tribunal escutou 60% dos testemunhos. “O bispo vai nomear a comissão histórica, que termina a pesquisa dos documentos. Tenho a confiança de que dentro de um ano podemos terminar o processo”.
Segundo o frei Azzalli, todo o material colhido será levado para Roma. Ele afirmou ainda que se encontrou com os médicos que analisaram o caso do homem supostamente curado para colher o depoimento deles. O caso clínico deve ser discutido com uma banca de sete médicos especialistas do Vaticano. “Temos que compreender se foi somente a ciência ou a luz”, comentou.
Processo de beatificação
O aval do Vaticano para a abertura do processo foi dado em 2019. O inquérito, porém, só começou oficialmente no final de maio de 2022. O ato foi considerado o primeiro passo oficial para a beatificação e deu ao padre o título de ‘servo de Deus’. De acordo com a Igreja Católica, atualmente o processo está na fase diocesana. Após a conclusão da análise pela banca de especialistas, começa a fase romana.