Os oito primeiros dias do mês de junho de 2024 já sinalizam a aproximação da chamada temporada do fogo no Acre, que geralmente atinge o seu pico nos meses de setembro e agosto, colocando o estado em emergência. São 34 focos de queimadas detectados, três a mais que o registrado no mesmo período do ano passado.
Contudo, de 1º de janeiro a 8 de junho, o número de detecções pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) já é 250% maior que o anotado nesse período em 2023. São 70 focos de calor até o momento, segundo a plataforma Programa Queimadas. Em 2023, foram 48 registros nesse período e 6.562 no ano todo.
Em fevereiro passado, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) declarou estado de emergência ambiental e risco de incêndios florestais no Acre e em diversas regiões do país. Para o Acre, especificamente, a determinação é válida entre os meses de abril a novembro de 2024, para os vales do Acre e do Juruá.
Cenário preocupante
A população acreana tem vivido ultimamente sob a apreensão de eventos extremos, com episódios se sucedendo em espaço de tempo cada vez menor. De uma estiagem severa no ano passado, o estado passou, em poucos meses, por uma faz maiores concentrações de enchentes, com destaque para o Rio Acre, que inundou 7 municípios.
Preocupado com os cenários futuros, em abril passado, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), coordenou a elaboração de um Plano Emergencial de Adequação às Mudanças Climáticas com várias secretarias de Estado, Defesa Civil Estadual e com as gestões municipais.
O documento foi entregue à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e ao secretário-executivo adjunto do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Tito Lívio Silva, quando estiveram no Acre, naquele mês, participando do encontro “Rotas de Integração Sul-Americana”, realizado no auditório do Centro Universitário do Norte (Uninorte).
O objetivo do documento, que prevê ações imediatas em situações de fenômenos climáticos extremos, como chuvas intensas ou secas acentuadas, é unir esforços dos governos federal e estadual, bem como municípios e entidades da sociedade civil, visando a segurança da população acreana contra eventos climáticos extremos frequentes.