A família de Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, ainda não sabe o que aconteceu entre ela e Simey Menezes Costa antes dela ser assassinada com mais de 10 facadas no último domingo (9). O mecânico que estava foragido desde o dia do crime foi preso na noite de quarta-feira (12).
O casal tinha se mudado recentemente para a Rua Raimundo Saldanha, no Polo Benfica, região do bairro Vila Acre, Segundo Distrito da capital. A ideia era começar uma vida juntos. Uma semana antes da morte de Ketilly, Simey a pediu em casamento durante um culto evangélico e emocionou a todos. (Veja pedido abaixo).
Antes, Simey morava com a mãe no bairro Betel e Ketilly com a mãe dela e a filha no bairro Floresta. O g1 conversou com Cristinna Ferreira de Lima, amiga da família de Ketilly, e Katheriny Lauany Soares, única filha da vítima.
Segundo a família, Ketilly e Simey tinham um relacionamento extraconjugal há mais de oito anos. O mecânico era casado na época em que os dois se conheceram. Após a separação há aproximadamente um ano, os dois assumiram o relacionamento e iniciaram os planos de casar e construir uma família.
“Ela sonhava em casar com ele, queria ter a casa dela, as coisas dela. Ele morava com a mãe dele e ela ia dormir lá. Ficava planejando a compra dos móveis, em ter as coisas deles. Ela estava feliz”, diz a filha da vítima.
Ainda segundo a jovem, Simey nunca aparentou ser um homem violento e nem tratava mal a noiva. Contudo, após o assassinato a família descobriu que o suspeito era dependente químico e tinha voltado a usar drogas.
“A gente não entende o que aconteceu, eles noivaram dias antes. Estamos sem entender os motivos. Descobrimos agora que ele tinha voltado a usar drogas, a família não sabia. Jamais a família teria deixado ela ser envolver com ele se soubesse disso. Ele veio aqui pedir a mão dela para a mãe [de Ketilly]. A gente veio descobrir depois”, lamentou Cristianna de Lima, amiga da família.
Controlador
Apesar de não ser agressivo com Ketilly, Katheriny Lauany disse que percebeu que Simey era muito controlador com a mãe dela. A jovem relembra que ele ligava diversas vezes durante o dia por videochamada para saber onde a vítima estava.
“Uma coisa que nunca gostei nele é que ficava ligando direto por chamada de vídeo. Quando deixava ela aqui e ia para casa dele ficava a todo tempo ligando de videochamada. Ligava a todo momento para saber o que ela estava fazendo, era controlador. Não gostava que ela dormisse fora de casa”, contou.
Katheriny recordou de uma situação que ocorreu no Dia das Mães e que acabou terminando em uma discussão entre ela e mãe. Ela pediu para que Ketilly dormisse na casa da avó com ela para ficarem juntas, já que ela sempre dormia na casa do noivo.