Dólar tem leve baixa com busca por alternativas ao peso mexicano

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar à vista foi perdendo força ao longo da primeira sessão de junho, após acumular valorização de 1,12% no mês de maio.


A divulgação de dados sobre a economia americana, que favorecem a visão de um corte de juros nos Estados Unidos, e a eleição no México contribuíram para o enfraquecimento do dólar ante o real.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista caiu 0,30%, a R$ 5,233 na compra e a R$ 5,234 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava baixa de 0,09%, aos 5.256 pontos.


Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.


Dólar comercial

Compra: R$ 5,233


Venda: R$ 5,234


Dólar turismo

Compra: R$ 5,252


Venda: R$ 5,432


O que aconteceu com o dólar hoje?

Na sexta-feira a disputa pela formação da taxa Ptax empurrou o dólar no Brasil para acima dos R$ 5,25 reais, deixando uma margem para ajustes nesta segunda-feira.


Ainda assim, o dólar à vista chegou a atingir a máxima de R$ 5,267.


Esse movimento, no entanto, começou a ser revertido com a divulgação do Índice de Gerentes de Compras do setor de manufatura do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM), que caiu de 49,2 em abril para 48,7 em maio. Foi o segundo declínio consecutivo e o segundo mês abaixo do nível de 50, que separa o crescimento da contração. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura de 49,6.


Os números deram fôlego à leitura de que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) pode cortar juros em 2024, o que fez as taxas dos Treasuries e as cotações do dólar cederem no exterior. No Brasil, a moeda à vista também renovou mínimas.


“O dólar chegou a trabalhar em alta mais cedo, mas engatou a queda depois dos dados norte-americanos”, comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, acrescentando que a eleição de Sheinbaum na presidência do México era outro fator citado nas mesas para que o real ganhasse força.


“Há uma leitura de que, isoladamente, a eleição é favorável ao real, pelo menos no curto prazo, caso se confirme o risco fiscal com a nova presidente do México”, acrescentou.


A eleição de Sheinbaum e as vitórias do partido governista no Congresso ligaram a luz amarela nos mercados, em meio a preocupações sobre a disposição da nova presidente em promover o equilíbrio orçamentário no México. Com isso, parte dos investidores fugiu do peso mexicano — que cedia mais de 3% durante a tarde — e realocou recursos em outras divisas, como o peso chileno e o real.


Outro profissional ouvido durante a tarde pela Reuters confirmou que, no curto prazo, a queda forte do peso mexicano poderia ter algum benefício para o real.


No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em baixa firme ante as divisas fortes e em relação à maioria das demais moedas, com investidores repercutindo os dados do dia e à espera de novos indicadores para o restante da semana, em especial do relatório de empregos payroll dos EUA, na sexta-feira.


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