Os prejuízos nas lavouras de soja e milho no Sul do país já começaram a impactar a cotação dos contratos futuros das commodities agrícolas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
No Brasil, a bolsa de valores (B3) também negocia contratos futuros de soja, que são um espelhamento desses contratos negociados na bolsa de Chicago.
De acordo com Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, que trabalha há mais de 20 anos acompanhando o setor, o farelo de soja está na maior cotação desde janeiro, subindo hoje 1,34%.
O bushel da soja voltou a operar acima dos US$ 12, preço que não alcançava desde março. A cotação do milho também foi impactada, chegando a bater máxima desde fevereiro, subindo cerca de 1%.
Farelo de soja é a principal fonte de proteína utilizada na nutrição animal e é usado para alimentar bovinos de corte, gado de leite, caprinos, ovinos, suínos e aves.
Apesar de já ter sido feito a colheita de boa parte da safra em algumas regiões do estado, o especialista explica que essa alta nos preços é resultado da incerteza quanto ao cumprimento do embarque dos grãos, já que muitas pontes foram derrubadas pelas águas e as estradas estão bloqueadas, inclusive a do acesso ao Porto de Rio Grande.
“Existem nomeações de navios para embarque pelo Porto de Rio Grande (10 milhões de toneladas de soja e 4 milhões de toneladas de farelo de soja) e a atual situação (estradas comprometidas) pode causar problemas para o cumprimento destes contratos”, diz Alê que também lembra ainda que as lavouras de arroz também foram atingidas e devem registrar perdas.
“A própria pecuária deverá ter prejuízos já que muitos animais morreram afogados. A extensão destes prejuízos, só será possível calcular quando as chuvas derem uma pausa”, alerta.