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Ibovespa fecha em queda pelo 6° pregão seguido, com fiscal e inflação preocupando

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Sextou! É um sextou assim, sem empolgação, porque a semana terminou com gosto amargo: o Ibovespa fechou o dia com baixa de 0,34%, aos 124.305,57 pontos, para encerrar a semana com 3,00% de queda – na pior semana desde março de 2023. O Ibovespa não tinha uma semana com todos as sessões negativas desde o intervalo entre 4 e 8 de setembro de 2023, mas aquela foi uma semana mais curta, com quatro pregões, por conta do Feriado da Independência do Brasil.


De quebra, o dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,27%, a R$ 5,16, e os juros futuros (DIs) subiram por toda a curva. O dólar subiu após declarações de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, de que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia para a autoridade monetária, ressaltando que dados recentes também indicam uma piora na percepção de risco relacionado ao Brasil. “Em termos de expectativas para a inflação, aqui tem sido uma notícia bastante ruim para o Banco Central”, disse o executivo em palestra no X Seminário Anual de Política Monetária, promovido pela Fundação Getulio Vargas.


“Mais recentemente, a gente viu que as curvas longas (de juros) norte-americanas voltaram e a taxa terminal até voltou um pouco, mas o Brasil não melhorou quase nada. Então parece que nesse movimento a gente ficou um pouco na contramão do mundo emergente, o que sugere que se adicionou prêmio (de risco) específico de Brasil na curva”, completou.


Já o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, pintou um quadro melhor. Para ele, a recuperação da base fiscal da União está ocorrendo conforme esperado pela equipe econômica, pontuando que até mesmo as projeções do mercado para o déficit primário neste ano estão melhorando e se aproximando das estimativas do governo.


Mas o fiscal está longe de deixar de ser uma preocupação para os analistas e investidores, ainda mais em uma situação que a tragédia no Rio Grande do Sul só piora, quando todos esperavam uma melhora. O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no estado. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória (MP) 1.223/2024, publicada na noite de quinta-feira (23).


No campo das ações, foi um dia de poucos negócios, muito pelo clima de “já deu” visto nos EUA. Por lá, os investidores operaram de olho no final de semana prolongado pelo feriado do Memorial Day na segunda-feira (27). Wall Street viu os principais índices subirem hoje, colocando o bom balanço da Nvidia acima das preocupações com a política monetária. Analistas do Goldman Sachs adiaram sua previsão para o primeiro corte das taxas do Fed de julho para setembro: “é provável que a inflação melhore muito até setembro, mas dificilmente será perfeita, o que torna o corte uma decisão nada óbvia”, escreveu o economista do Goldman David Mericle.


Ibovespa, Vale e Petrobras

Em São Paulo, a oscilação de Vale (VALE3) foi sentida. O ativo terminou o dia próximo da estabilidade, com alta de 0,05%, após começar a sessão com ganhos consistentes, até que o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou sobre o caso de Mariana (MG). Para ele, o problema não está no valor do acordo, mas no conteúdo do texto, o que pode travar o processo. Além disso, os futuros do minério de ferro oscilaram na China, não sustentando argumentos para VALE3.


Petrobras (PETR4) caiu 0,54%, em roteiro parecido com o de Vale. Antes da abertura, o Conselho da companhia aprovou o nome de Magda Chambriard como conselheira de administração e a elegeu como nova presidente da empresa. As ações subiram. Mas com o passar do tempo, mesmo com a alta do petróleo internacional, PETR4 minguou e fechou negativa.


Suzano (SUZB3) acabou o dia com menos 2,32%, mesmo comunicando clientes em todas as regiões do mundo elevação nos preços da tonelada de celulose para pedidos feitos a partir de junho.


A grande história do dia está no acordo de codeshare entre a Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4). O acordo de cooperação comercial vai conectar as suas malhas aéreas no Brasil, o que fez as duas ações decolarem, já que acenam com a possível fusão: AZUL4 subiu 5,18% e GOLL4 disparou 11,90%.


E teve ainda a Dasa (DASA3) que voltou a subir forte, após disparada de 13,69% na véspera, com a companhia de medicina diagnóstica prestando esclarecimentos sobre potencial transação com a Amil. A alta de hoje foi de 11,78%. Na abertura de ontem, a ação estava cotada em R$ 3,38. Após o fechamento de hoje, está em R$ 4,27.


A semana que se vizinha será curta tanto nos EUA (segunda é feriado nacional do Memorial Day), quanto no Brasil, com o Corpus Christi fechando a Bolsa de Valores de São Paulo na quinta-feira (30). Mas isso não quer dizer que não teremos emoções. Após uma semana de agenda esvaziada de indicadores, a próxima tem IPCA-15 e Caged na terça (28), PNAD na quarta (29), PIB trimestral dos EUA na quinta (30) e a temida inflação de consumo pessoal, PCE, na sexta (31).


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