Dólar cai após Fed e melhora na perspectiva de crédito do Brasil

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Notas de dólar em foto de ilustração 07/11/2016 REUTERS/Dado Ruvic

O dólar opera com forte baixa nesta quinta-feira (2), em sessão marcada por ajustes técnicos, em função do feriado do Dia do Trabalhador que manteve os mercados brasileiros fechados ontem.


Na última quarta-feira (1º), o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, afirmou que o Federal Reserve vai manter os juros da economia americana no atual patamar pelo tempo que for necessário. Já a agência de classificação de risco Moody’s reafirmou a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou com queda 1,53%, a R$ 5,113 na compra e R$ 5,113 na venda, maior recuo percentual em um único dia desde 23 de agosto do ano passado, quando cedeu 1,63%. Às 17h33 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caia 1,77%, equivalente a 5.125 pontos.


Dólar comercial

Venda: R$ 5,113


Compra: R$ 5,113


Dólar turismo

Venda: R$ 5,324


Compra: R$ 5,144


O que está acontecendo com dólar?

A divisa norte-americana despencou ante o real, em linha com o apetite por risco internacional após o Federal Reserve (Fed) ter reforçado a visão de que cortará juros este ano, enquanto, no Brasil, a Moody’s elevou a perspectiva do Brasil.


A Moody’s reafirmou na quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”, conforme comunicado da agência de rating. De acordo com a Moody’s, a alteração da perspectiva para “positiva” é sustentada pela avaliação de que “um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”.


Vários participantes do mercado citaram esse desdobramento como positivo para os ativos brasileiros, embora tenham destacado que isso não significa que é possível baixar a guarda em relação à saúde fiscal do país, com a própria Moody’s citando “solidez fiscal ainda relativamente fraca”.


Enquanto isso, no exterior, as autoridades do Fed decidiram na quarta-feira por unanimidade manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% em que está desde julho. E, embora o chair do Fed, Jerome Powell, tenha indicado que a inflação elevada pode atrasar o esperado corte de juros, ele se recusou a referendar discussões de que a taxa poderia na verdade ser elevada de novo.


Guilerme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse que a fala de Powell trouxe alívio para os mercados internacionais, que recentemente adiaram ou até mesmo descartaram as apostas em afrouxamento monetário pelo banco central norte-americano neste ano.


Juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.


Na sexta-feira, o relatório de emprego fora do setor agrícola dos EUA entrará no foco dos investidores, pois pode fornecer mais pistas sobre a saúde da economia e a necessidade de cortes de juros.


Na frente de dados locais, o déficit em conta corrente do Brasil somou US$ 4,6 bilhões em março de 2024, quase o mesmo patamar de fevereiro e um resultado bem pior que o superávit de US$ 698 milhões de março de 2023. O dado também superou as estimativas do consenso LSEG de analistas, que projetava um déficit de US$ 3,1 bilhões para o mês.


Para o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, a solidez das contas externas e o menor risco político contribuíram para a mudança da perspectiva da nota de crédito brasileira pela Moody’s. “Mantemos a estimativa de valorização do real nos próximos meses por conta da robustez das contas externas e menor risco soberano”, afirma Oliveira, que prevê taxa de câmbio em R$ 4,85 no fim do ano.


À tarde, o BC divulgou que o fluxo cambial em abril (até o dia 26) é negativo em US$ 741 milhões, com saída de US$ 10,635 bilhões pelo canal financeiro se sobrepondo à entrada líquida de US$ 9,893 bilhões via comércio exterior. No ano, o fluxo total ainda é positivo em US$ 4,021 bilhões.


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