Uma pesquisa feita pela FSB a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que famílias com faixa de renda superior a 5 salários mínimos são as que mais realizaram compras internacionais em 2023.
Diante da pergunta “Em 2023, você fez compras internacionais, em sites ou aplicativos, seja pelo computador ou pelo celular, de produtos que vieram de outros países?”, 24% disseram que sim e 73% que não.
O recorte por renda mostra que na faixa de mais de 5,5 salários mínimos, 41% responderam que sim e 59% que não.
De 2 a 5 salários mínimos, 27% que sim e 71% que não. De 1 a 2 salários mínimos, 21% que sim e 76% que não. E até 1,5 salário mínimo, 15% que sim e 82% que não.
Os 24% que disseram ter feito compras internacionais responderam ter comprado os seguintes produtos:
- •Roupas 68%
- •Calçados ou bolsas 48%
- •Eletroeletrônicos ou produtos de informática 42%
- •Acessórios de uso pessoal (bijuterias, artigos de joalheria, artigos esportivos ou instrumentos musicais) 39%
- •Itens de decoração ou utensílios domésticos 29%
- •Perfumes, cosméticos ou itens de higiene pessoal e beleza 27%
- •Alimentos e bebidas 21%
- •Brinquedos 21%
A CNI tem defendido a taxação das importações online. Um dos argumentos é justamente o de que são as faixas mais altas de renda que mais adquirirem produtos estrangeiros online.
A CNN encaminhou a pesquisa para a Shein e pediu um posicionamento. Em resposta, a empresa encaminhou dados de uma pesquisa IPSOS encomendada por ela na qual diz que “o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C”.
“Em um momento em que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais de qualidade e acessíveis, a pesquisa realizada mostra o verdadeiro retrato dos consumidores da plataforma e ainda aponta que apenas 11% dos consumidores pertencem às classes A e B”, diz a Shein.
A assessoria do AliExpress encaminhou à CNN uma pesquisa que aponta que para 44% dos consumidores, a cobrança de impostos no momento final da compra “inviabilizou a compra em definitivo”.
O levantamento também mostra que depois da implementação do programa Remessa Conforme, 80% dos consumidores consideraram fazer uma compra online, mas desistiram.