O texto descreve o significado da Exposição Ocupação Urbanomarginal, a primeira exibição do Coletivo Errantes, formados por alunos e ex-alunos de história da Universidade Federal do Acre (Ufac), no Museu Povos Acreanos, em Rio Branco. Antes, o grupo tinha apresentado o trabalho apenas dentro da universidade. (Veja galeria com algumas das obras no final da reportagem)
Com trabalho dos artistas Diego Fontenele, Jhonatas Nathan, José Lucas da Costa e João Victor, a Ocupação Urbanomarginal foi montada com materiais recicláveis que foram utilizados como tela. Canetas, quadros negros, tinta guache, parte de armários de metal, peças de MDF e lápis de cor que seriam descartados.
“São materiais descartados por outros estudantes da Ufac, então, a gente começou a trabalhar com eles por ser de baixo custo, muitos materiais são de escola e alguns foram feitos com pincéis de quadro branco”, explicou José Lucas da Costa, um dos organizadores do evento.
A exposição iniciou no último sábado (11) e segue até 11 de julho, com os seguintes horários de visitação:
- •De quarta à sexta – das 9h às 18h
- •Fim de semana – das 13h às 18h
São mais de 20 obras que remetem à história de Rio Branco, espaços públicos e como eles são ocupados atualmente, as narrativas mitológicas contadas de pai para filho e levantam debates sobre a vida, identidade e a região. As artes têm referências também nos mangás e histórias em quadrinhos.
“A exposição é parte de um processo de conversa de muitos dias. O nome faz referência a ocupação de alguma área, galeria, museu, uma parte central da cidade, que tende a ser um pouco elitista porque quem vai colocar a arte lá são artistas renomados, que têm muitos anos nisso. Somos artistas independentes, autodidatas, não temos curso de arte e estamos ocupando aquele espaço colaborando com um ideal de dividir espaços que são nossos também”, destacou.
Exposição
José explicou que a exposição traz uma reflexão para uma ocupação com propósito, com um discurso e debate sobre o que é marginal e a democratização da arte.
“A ocupação e democratização de espaços que são da população, que é pobre, que não tem um sobrenome forte no estado e utiliza material de fácil acesso. A exposição é muito mais focada nesse cunho discursivo com esse parâmetro clássico”, destacou.
Ainda segundo o estudante, o processo para exposição se baseou em estudos e materiais obtidos na própria universidade para transformar a obra em homogênea. Conforme o artista, o coletivo teve que estudar técnicas e meios que facilitassem, por exemplo, a fixação da tinta e traços nas telas improvisadas.
“Existe material que não vai pegar tão bem quanto pega em um material utilizado para a pintura. Como a exposição, em suma, é trabalhada com diversos materiais que não são feitos para isso, a gente teve que estudar qual material poderia ser usado, fazer testes, criar uma existência nas obras. Tem ali nossa identidade artística”, concluiu.
Fonte:G1 Acre