Era o fim da madrugada desta quinta-feira (11) em Aparecida de Goiânia, Goiás, quando agentes da Polícia Civil arrombavam a porta de uma casa na Avenida Joel Alencastro Veiga, no Bairro Industrial, para cumprir um mandado judicial. Fortemente armados, invadiram a residência pela garagem.
Os agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriam um mandado de busca e apreensão contra homens suspeitos de integrarem o narcotráfico local e não quiseram nem saber conversa com os supostos bandidos que encontrariam.
Os homens procurados são suspeitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Mas no endereço invadido encontraram apenas um homem, uma mulher e duas crianças, uma com 9 anos e outra de apenas 2 meses. Mesmo assim, a truculência não arrefeceu e uma forte discussão se deu com os moradores.
Nas imagens obtidas pelo portal Goiás 24h, gravadas com câmeras de segurança da rua e com o próprio celular da moradora, é possível ver o momento que um dos agentes destrói a porta da casa. Logo em seguida, liderados por uma agente feminina que apontava a arma para dentro da residência, se depararam com a família que vive ali. A criança de 9 anos aparece correndo para dentro da casa, enquanto o bebê chora e a mãe pode atender, pois está sob a mira de um revólver.
Assim mesmo os policiais deram voz de prisão à família, gritaram com os moradores e até um tapa na cara da matriarca que gravava a cena foi dado. O vídeo ainda mostra os policiais debochando da mulher, que reclamava que a ação feita antes mesmo do dia raiar acordou seus filhos.
“Vocês acordaram meu bebê de 2 meses”, diz a mulher, ao que um policial responde com ironia: “Não, foi você quem a acordou”. A seguir, a policial feminina tenta subtrair o celular das mãos da dona da casa.
O tom da discussão foi subindo e só não ocorreu uma tragédia porque a certa altura os policiais se deram conta que estavam no endereço errado. Em nota, a Polícia Civil de Goiás defende a ação dos agentes e não pede quaisquer desculpas à família atormentada. O estado é governado pelo bolsonarista Ronaldo Caiado (União Brasil).
“A Polícia Civil de Goiás informa que os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos dentro da legalidade, conforme deferimento de ordem judicial. E que eventuais supostos abusos cometidos durante a operação já estão sendo investigados pela Superintendência de Correições e Disciplina da PCGO”, diz a nota da corporação.
Fonte: Revista Forum