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Nova investida contra PCC mira políticos, órgãos públicos, embarcações e aeronaves

O Ministério Público (MP) de São Paulo trabalha com a suspeita de que a licitação para o transporte por ônibus na cidade tenha sido alvo de um cartel de empresas, cartas marcadas e o resultado já esperado antes mesmo da abertura dos envelopes, em 2019, durante a gestão do então prefeito Bruno Covas (PSDB).


Um dos indícios para isso é a baixa concorrência nos lotes fatiados pela SPTrans, o que favoreceu a vitória de empresas como a Transwolff e a UpBus, alvos da operação Fim da Linha.


Uma nova ação da força-tarefa que investiga a infiltração do PCC em serviços públicos de cidades, como São Paulo, está em planejamento.


Fontes ligadas à investigação afirmaram à CNN que já há um mapa de influências desenhado e que o próximo passo vai mirar políticos, órgãos públicos e servidores da cidade de São Paulo.


Para evitar o comprometimento das ações policiais e diligências planejadas, o MP não revelou publicamente quais são os alvos e a que grupos políticos eles são ligados.


Nesta quinta-feira (11), a CNN revelou que o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil), e o ex-secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (PT) foram listados como testemunhas.


A revelação dos nomes mostra a amplitude do espectro político na investigação. Leite é do União Brasil e é articulador da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Tatto é do PT e tem dois irmãos na Câmara Municipal, Arselino e Jair, que fazem parte da oposição a Nunes.


Os investigadores, no entanto, acreditam que o grupo de empresas envolvidas deve ser ampliado com o avanço dos inquéritos abertos. O próximo passo vai ser rever os atos administrativos da licitação conduzida pela gestão Covas em 2021.


Os investigadores querem saber se as empresas vencedoras foram, de alguma forma, beneficiadas no processo. Eles já concluíram que o PCC injetou R$ 74 milhões para capitalizar as duas cooperativas agora alvos de intervenção da prefeitura.


O MP deve usar processos fornecidos pelo Tribunal de Contas do Município para entender a cronologia da licitação e os pontos de alerta levantados por auditores.


Ao longo dos últimos anos, parte dos 26 denunciados pelo Ministério Público na noite de terça-feira (9) acumularam patrimônio milionário, segundo investigadores ouvidos pela CNN.


As aquisições com dinheiro arrecadado com ajuda das empresas ligadas ao PCC vão de embarcações a aeronaves. Os mandados de apreensão desses bens foram submetidos à Justiça e estão sob análise.


Um dos planos da Polícia Militar (PM), inclusive, é pedir à Justiça que as embarcações sejam incorporadas à frota náutica da PM de São Paulo.


Fontes da investigação disseram à CNN que todos os 26 denunciados nesta fase da operação tiveram atos de gestão na Transwolff e na Upbus e cometeram crimes relacionados à lavagem de dinheiro.


A operação Fim da Linha apreendeu contratos, documentos e dezenas de celulares, que estão sendo analisados pelos investigadores e pela perícia para reunir novas provas de crimes relacionados ao caso.


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