A Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) realizou nesta quinta-feira (4), uma sessão solene para discutir o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Participaram mães, representantes do Judiciário, prefeitura e Governo do Estado.
As mães de autistas puderam fazer uso da palavra e revelaram a falta de apoio, atendimento e tratamento do poder público.
Lene Braga foi uma das mães que fez um apelo e criticou as inúmeras falhas do poder público. “O que adianta ter uma sala no Shopping se existem mais de cinco mil crianças esperando retorno, uma primeira consulta, exames e terapias? Nós, mães, estamos sobrecarregadas porque não temos assistência do poder público, não tem atendimento, a gente precisa ter voz e receber recursos que os nossos filhos merecem. Não adianta fazer um dia de solenidade e não ter nada de concreto”, disse.
Outra mãe que subiu à tribuna da Aleac foi a pedagoga Izabel Barros, que cobrou fiscalização nas unidades de atendimento. “São cinco mil crianças esperando na fila, onde tá essa fila que não anda, está tudo parado. Olhem para essas crianças que no futuro podem ser deputados, advogados, Presidente da República, os nossos filhos não têm só o transtorno, eles são inteligentes. Nós queremos os nossos direitos completos com psicólogo, terapeuta ocupacional, contratação de profissionais. Queremos estrutura como uma sala de espera no CER, onde a cadeira de lá da recepção você cai de tão escorregadia que é. Nossos filhos não são retardados, eles têm um transtorno que muitos aqui podem ter e nem sabem. O que queremos é inclusão”, disse a mãe.
O presidente da Aleac, Luiz Gonzaga, afirmou que o parlamento estadual junto com o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) vão realizar uma audiência pública com a presença das mães e de representantes do poder público para que sejam discutidas ações efetivas que garantam mais atendimentos a quem tem o Transtorno do Espectro Autista.