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Dólar fecha a R$ 5,06 e atinge o maior patamar em 6 meses

Dólar abre em baixa — Foto: Karolina Grabowska

O dólar inverteu o sinal negativo visto pela manhã e conseguiu fechar em alta sexta-feira (5), renovando o maior patamar da moeda desde outubro do ano passado. Investidores passaram o dia analisando os novos dados do payroll, o mais importante relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos.


Os empregadores dos Estados Unidos contrataram muito mais do que o esperado em março, além de aumentarem os salários. O resultado forte pode causar um adiamento dos cortes previstos para este ano nos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).


Já por aqui, o noticiário corporativo envolvendo a Petrobras continuou no radar, em meio aos rumores de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, tem pouco apoio do governo e pode ser trocado por Aloizio Mercadante, que atualmente lidera o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Nesse cenário, Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.


Veja abaixo o resumo dos mercados.


Dólar

 


Ao final da sessão, o dólar fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,0648, no maior patamar desde outubro. Na máxima, chegou a R$ 5,0744. Veja mais cotações.


Com o resultado, acumula:


  • •alta de 0,99% na semana e no mês;
  • •alta de 4,38% no ano.

 


Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,0501.



Ibovespa

 


Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,50%, aos 126.795 pontos.


Com o resultado, acumula:


  • •perda de 1,02% na semana e no mês;
  • •recuo de 5,51% no ano.

 


Na véspera, o índice havia fechado em alta de 0,09%, aos 127.428 pontos.



O que está mexendo com os mercados?

 


O principal dado da semana saiu nesta sexta-feira, com a divulgação do payroll, o principal relatório de emprego norte-americano. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o país abriu 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado.


O número veio bem acima do projetado pelo mercado. Economistas consultados pela Reuters, por exemplo, previram abertura de 200 mil vagas, com estimativas variando de 150 mil a 250 mil. Além disso, os dados de fevereiro foram revisados ligeiramente para baixo, mostrando 270 mil empregos, em vez de 275 mil.


Os analistas ouvidos pela Reuters afirmam que a maioria das empresas conseguiu obter custos de empréstimos mais baixos antes do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o que lhes deu algum isolamento das taxas mais altas e permitiu que mantivessem seus funcionários.


Operadores estão precificando uma chance de 62% de o Fed cortar os juros em 0,25 pontos percentuais em junho, e veem mais duas reduções em 2024, de acordo com a ferramenta FedWatch do CMEGroup.


Ao longo da semana, falas de dirigentes do Fed também ficaram no radar. Na quarta-feira (3), o presidente da instituição, Jerome Powell, reiterou que há tempo para deliberar sobre seu primeiro corte na taxa básica de juros do país, dada a força da economia e as recentes leituras de inflação elevada.


Os dados são mistos, entre bastante força e pontos de alívio da economia americana. Na quarta-feira (3), o relatório ADP mostrou que a abertura de vagas no setor privado dos Estados Unidos superou as expectativas em março, apontando para a continuidade da força do mercado de trabalho.


Foram abertas 184 mil vagas no mês, depois de 155 mil em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 148 mil vagas no mês passado, contra 140 mil relatadas antes da revisão em fevereiro.


Já na quinta-feira (4), o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana, sinal de que condições do mercado de trabalho estão se afrouxando.


Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 9 mil na semana encerrada em 30 de março, para 221 mil em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 214 mil pedidos na última semana.


No Brasil, o Banco Central realizou um leilão adicional de swap cambial no valor de US$ 1 bilhão no início da semana. Essa foi a primeira intervenção sem fins de rolagem da autarquia no mercado de câmbio desde o final de 2022.


Apesar da justificativa do BC, de que se tratava de um leilão para garantir liquidez para pagar o vencimento de títulos em dólar, parte dos analistas ainda atribui a ação apenas ao fato de a moeda americana ter saltado 0,86% na última segunda-feira, ao maior valor de fechamento desde 13 de outubro do ano passado.


A agenda interna foi de poucos dados relevantes. A produção industrial (PIM), do IBGE, registrou queda de 0,3% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 5%.


As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,3% na variação mensal e de 5,6% na base anual.


No noticiário corporativo, as atenções ficaram voltadas para a Petrobras, após surgirem no mercado novos rumores de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, pode ser demitido da companhia e substituído pelo atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.


Apesar disso, o governo Lula resolveu pagar parte dos dividendos da Petrobras, tema que foi alvo de crise com Prates. Segundo o blog da Julia Duailibi metade dos dividendos serão pagos, valor em torno de R$ 20 bilhões.


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