Ícone do site Ecos da Noticia

Regularização de motoristas de app: veja principais pontos do PL que deve ser assinado nesta segunda (4)

O governo federal deve assinar nesta segunda-feira (4) um projeto de lei (PL) que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativos.


Após recuar do reconhecimento dos motoristas como CLT, o governo decidiu manter no PL esses trabalhadores como autônomos.


Em um resumo do PL de aplicativos obtido pela CNN, o governo impõe às empresas o dever de adotar “medidas para prevenir abusos aos direitos dos trabalhadores”. De acordo com o documento, os aplicativos devem seguir seis princípios:


O PL vai reconhecer como “trabalhador autônomo por plataforma” os motoristas que prestam serviço de transporte remunerado por intermediação de um aplicativo e usando veículos de quatro rodas.


Os motoristas não poderão ficar conectados à mesma plataforma por mais de 12h no dia e terão uma remuneração mínima estabelecida.


Remuneração

O projeto vai assegurar que o pagamento mínimo que o motorista está sujeito seja proporcional ao salário-mínimo, – atualmente em R$ 1.412 – além de a empresa ter de ressarcir os custos incorridos pelo trabalhador na prestação do serviço.


O trabalhador terá uma remuneração de R$ 32,10 a hora. Contudo, entra na conta somente o período entre a aceitação da viagem pelo motorista e a chegada ao destino.


Do total, R$ 24,07 são para cobrir os custos do motorista, e R$ 8,03 pelo serviço.


O PL vai impedir que as empresas limitem as viagens do trabalhador que atingir a remuneração mínima.


Os valores serão reajustados mediante valorização do salário-mínimo.


Caso o valor recebido pelas horas trabalhadas seja menor ao salário-hora estabelecido, as empresas devem avaliar e realizar o repasse, complementando a diferença.


Para garantir a transparência entre empresa e empregado, o PL define que o motorista terá acesso a um relatório mensal.


Nele serão dispostas informações sobre os critérios que compõem o valor de sua remuneração, como:


Também serão disponibilizados dados sobre o critérios de oferta de viagens, pontuação, bloqueio, suspensão e exclusão da plataforma.


INSS

O documento obtido pela CNN aponta que serão estabelecidas regras para a contribuição do motorista de aplicativo.


O trabalhador será considerado contribuinte individual do INSS e a contribuição terá uma alíquota de 7,5% sobre o salário-de-contribuição. O desconto da contribuição será pela empresa operadora de aplicativo.


O PL define a receita da Seguridade Social da empresa a uma contribuição com alíquota de 20%.


Sindicalização

Os motoristas poderão ser representados por sindicatos da categoria “motorista de aplicativo de veículo de quatro rodas”. Dentre suas atribuições estão:


Já os aplicativos poderão ser representados por entidade sindical da categoria econômica específica.


Empresas

Por fim, o PL também vai determinar diretrizes para as empresas. Elas terão direito de:


As exclusões de motoristas só poderão ser realizadas pelo aplicativo em casos de fraudes, abusos ou mau uso da plataforma, garantido o direito de defesa, conforme regras estabelecidas.​


A CNN entrou em contato com a Uber, a 99 e a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), mas ainda não obteve respostas.


Sair da versão mobile