Pesquisadores da Novo Nordisk, fabricante do medicamento Ozempic, anunciaram nesta terça-feira (5/2) que a caneta usada para a perda de peso também pode atrasar a progressão da doença renal crônica em pacientes com diabetes. De maneira geral, o uso da semaglutida garantiu uma redução de 24% do risco de morte.
A descoberta veio de um estudo duplo-cego de fase 3 iniciado em 2019. A pesquisa envolveu 3.533 pacientes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica moderada a grave.
Os pesquisadores compararam o uso semanal da semaglutida injetável de 1 miligrama com um placebo, ambos em combinação com o tratamento padrão para insuficiência renal.
Tratamento com Ozempic
Além de retardar a progressão da doença renal, a semaglutida reduziu o risco de morte cardiovascular e renal em 24%, em comparação ao placebo. De acordo com os pesquisadores, o medicamento demonstrou ter um perfil seguro e bem tolerado.
“O ensaio atingiu seu objetivo primário ao demonstrar uma redução estatisticamente significativa na progressão da doença renal, eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM) e morte de 24%”, afirmou a farmacêutica em comunicado.
Doença renal crônica
Estima-se que quatro em cada dez pessoas com diabetes tipo 2 tenham doença renal crônica. A condição silenciosa causa a perda lenta, progressiva e irreversível da capacidade dos rins de filtrar o sangue para a eliminação de substâncias prejudiciais à saúde.
Em muitos casos o paciente pode não apresentar sinais claros da doença até que esteja em um estágio avançado de comprometimento da função renal.
Os principais fatores de risco são diagnóstico de diabetes mellitus, hipertensão, má-formação do sistema urinário, infecções urinárias recorrentes, obesidade e cálculos renais.
A Novo Nordisk informou que planeja apresentar um pedido aos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia para fazer mudanças no rótulo do Ozempic ainda este ano, ampliando sua indicação de uso.
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