A disputa na Justiça pelos direitos sobre a marca Charlie Brown Jr. virou motivo de briga nas redes sociais dos envolvidos. Os guitarristas da banda Marcão Britto e Thiago Castanho fizeram um post acusando o filho de Chorão, Alexandre Lima Abrão, de usar um documento falso no processo. A mãe do herdeiro se manifestou e disse que os músicos não têm direitos, pois venderam a marca.
Marcão e Thiago compartilharam uma mesma sequência de posts no Instagram com a legenda: “Usar documento falso em processo judicial é crime!”. A publicação foi feita na última sexta-feira (1). Confira abaixo o conteúdo:
“O Alexandre, filho do Chorão, fez uso de um documento falso dentro do nosso processo judicial e em pedidos de registro da marca Charlie Brown Jr. no INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial]. Ele usou um documento de autorização para utilização de marca com assinaturas falsificadas da presidente e da vice-presidente da Peanuts, de Nova Iorque, dona da marca Charlie Brown (Snoopy)”.
Mãe de Alexandre
A mãe de Alexandre, Thais Lima, saiu em defesa do filho e comentou na publicação feita por Marcão Britto. “Ei, Marcão, que feio! Você esquece dizer que recebeu um ‘dinheirão’ do Chorão para vender a marca para ele? Dinheirão. Aliás, foi justamente por isso que você perdeu ação (em primeira e segunda instância)”.
Ainda no comentário, Thais questionou qual a ligação Marcão tem com skate. “Fica utilizando logo desenvolvido pelo Chorão com skate. Quantas músicas de sucesso você fez depois que o Chorão morreu? Agora fica atiçando as mídias sociais com verdades enviesadas [do avesso] para tentar jogar os fãs contra o Alexandre. Onde você quer chegar com isso? Qual intuito?”.
O g1 entrou em contato com a assessoria do Marcão Britto e Thiago Castanho, que informou que, assim que possível, se posicionará sobre o assunto.
A equipe de reportagem também procurou Thais Lima e a defesa de Alexandre Lima Abrão, mas não obteve retorno até a última atualização do texto.
Disputa judicial entre viúva e filho de Chorão
Graziela Gonçalves, viúva de Chorão, e Alexandre Lima Abrão, filho do cantor, entraram em uma disputa judicial pela marca ‘Charlie Brown Jr.’ Ela alega que Alexandre ignorou os direitos dela como herdeira ao registrar sozinho a marca da banda no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). À Justiça, ele disse que ela agiu de “má fé”.
Ela também entrou na Justiça contra Alexandre para que ele preste contas dos negócios que envolvem a banda ‘Charlie Brown Jr’. Chorão e Graziela foram casados por quase 20 anos e, a partir disso, a Justiça determinou, durante o acordo pelo inventário dele, que ela tivesse 45% dos direitos de imagens e produtos, incluindo marcas, referentes ao cantor e à banda. Alexandre Lima Abrão, por sua vez, tem 55% desses direitos.
Conforme apurado pela equipe de reportagem, junto aos advogados de Graziela, Maurício Guimarães Cury e Rafael Barros Almeida, do escritório Cury e Moure Simão Advogados, a mulher ainda não recebeu as receitas dos contratos firmados por Alexandre com diversas empresas.
“Pelo que já tivemos conhecimento, dezenas de contratos foram realizados pelo Sr. Alexandre com diversas empresas sem que a Sra. Graziela recebesse qualquer quantia”, explicou Maurício Guimarães Cury.
Morte de Chorão
O cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão, da banda Charlie Brown Jr, foi encontrado morto em um apartamento na Zona Oeste de São Paulo, no dia 6 de março de 2013. Ele tinha 42 anos.