Deslizamentos de terra, casas arrastadas pelo Rio Acre, famílias desabrigadas e filas quilométricas para conseguir uma cesta básica. Estas são algumas das dificuldades vivenciadas pelos atingidos pela cheia do Rio Acre que buscam recomeçar após a baixa das águas.
Há mais de 10 dias, o manancial atingia uma marca histórica que impactou a vida de mais de 70 mil rio-branquenses. Os efeitos dessa enchente, no entanto, continuam a afetar a população.
👉 Contexto:o Rio Acre ficou mais de uma semana acima dos 17 metros e alcançou o maior nível do ano, de 17,89 metros, no dia 6 de março, há mais uma semana. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros, em 2015.
A capital do Acre, que teve a segunda maior cheia de sua história e estima um prejuízo de R$ 200 milhões, tem 62 áreas sendo monitoradas pela Defesa Civil pelo risco de deslizamentos de terra provocados por erosões. O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão explica o que causa o fenômeno.
“É a questão do próprio solo, que não tem sustentação, e esse solo sem sustentação não deveria ter construções. A partir do momento que tem construção, vai haver esse fenômeno de desmoronar. A outra questão é que onde estão os desmoronamentos com mais frequência é o local de barrancas do rio. Porque, a partir do momento que o rio enche, ele faz uma pressão muito forte nos barrancos. Na hora que ele tira essa pressão, esse barranco vai descer”, diz.
Falcão diz que a Defesa Civil estima que existam de 17 a 19 mil pessoas vivendo em áreas de risco na capital. Na última quinta-feira (14), duas casas e uma oficina desabaram e quatro veículos foram arrastados para a água no bairro Cidade Nova. No dia seguinte, novos desabamentos foram registrados, dessa vez no bairro Seis de Agosto.
E a perspectiva é que mais edificações desabem nos próximos dias. “Em 2023 [após a enchente], tivemos 200 edificações que desabaram, e estimamos o mesmo número para esse ano”, prevê. Ele ainda acredita que a cidade deve levar até um ano para se recuperar.
Fonte: g1 Acre