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Completar água do radiador e outros 4 hábitos que acabam com o seu carro

Nunca complete o líquido do radiador com água da torneira! Imagem: Shutterstock

Existem alguns hábitos que a gente adquire e passa boa parte da vida acreditando ser corretos. Com os automóveis, isso também acontece.


A intenção pode ser boa. Porém, algumas práticas, feitas de forma continuada, podem gradualmente reduzir a vida útil de componentes, causar gastos inesperados com reparos e arriscar a segurança. Confira cinco exemplos a seguir:


1 – Completar nível do radiador com água de torneira


Verificar o nível do sistema de arrefecimento do motor regularmente é um bom hábito, sobretudo em veículos bastante rodados, mais sujeitos a vazamentos.


Contudo, completar o nível com água da torneira é uma prática bastante danosa, pois com o passar do tempo provoca corrosão e até entupimento de tubulações, dutos internos e da bomba de água – além de diminuir a temperatura de ebulição.


Ao consultar o manual do proprietário de diferentes veículos, a orientação básica é a mesma: colocar água destilada ou desmineralizada em combinação com o aditivo recomendado pela montadora.


A percentagem do aditivo varia de acordo com o veículo. Alguns requerem colocar mais ou menos no reservatório. Siga sempre o que diz o manual. Água comum (da torneira, do rio ou até mineral, daquelas compradas em supermercado) acaba formando resíduos indesejáveis, como calcário.


O aditivo, por sua, vez, é essencial para evitar corrosão e também eleva a ebulição do líquido de arrefecimento – reduzindo o risco de o motor “ferver”. Também tem propriedade anticongelante, algo que, na prática, dificilmente terá serventia na maioria do território brasileiro.


Vale destacar que nunca se deve abrir o reservatório, também conhecido como vaso de expansão, com o motor ainda quente – o líquido e os gases aquecidos e sob pressão podem causar queimaduras graves.


Após o motor esfriar, abra a tampa lentamente e com cuidado, pressionando-a levemente para baixo e girando-a no sentido anti-horário.


Se o motor superaquecer por falta de líquido, redobre os cuidados ao abrir a tampa e adicione a água desmineralizada e o aditivo lentamente e em pequenas quantidades – isso previne o choque térmico, capaz de trincar o bloco do motor.


Quanto ao nível, este deve estar entre as marcações máxima e mínima, presentes no reservatório.


2 – ‘Segurar’ o carro com a embreagem


Dosar os pedais da embreagem e do acelerador em um aclive de forma a manter o veículo parado é uma prática que requer habilidade, da qual muitos motoristas se orgulham. No entanto, se você faz isso com frequência, pode ir preparando o bolso.


Nesse caso, há um escorregamento severo no contato do platô com o disco e isso provoca um desgaste bastante prematuro, reduzindo sensivelmente a vida útil desses componentes.


O ideal, recomenda, é usar o freio de mão na subida antes de arrancar com o veículo. Fazer desta maneira não apenas poupa os componentes da embreagem como traz mais segurança.


3 – Dirigir na ‘banguela’


Um hábito que muitos acreditam ser benéfico é andar na “banguela”, por conta da expectativa de poupar combustível. A prática, na verdade, não faz o carro beber menos e ainda compromete a segurança, bem como é capaz de causar danos ao conjunto da transmissão.


Colocar o câmbio em neutro, na verdade, faz o carro gastar mais combustível do que se estivesse engrenado. O sistema de injeção é calibrado na fábrica para entrar em modo de baixo consumo assim que você tira o pé do acelerador, com o veículo engrenado. Isso faz com que o motor receba apenas a quantidade necessária de combustível para mantê-lo girando.


Especialmente em uma descida de serra, colocar o câmbio em neutro ou ponto-morto traz risco de acidentes. Com as rodas de tração livres, você acaba sobrecarregando os freios, que podem superaquecer, perdendo a eficiência.


Vale lembrar que deixar o carro rodar em neutro e engrená-lo com o veículo ainda em movimento pode até danificar uma ou mais engrenagens do câmbio.


4 – Ignorar amaciamento do motor


Tem gente que compra carro zero-quilômetro e pensa que amaciar o motor é coisa do passado e já sai acelerando em altas rotações. Porém, muitas marcas, para não dizer a maioria, ainda trazem no manual orientações para não abusar do pedal do acelerador durante os primeiros quilômetros de uso.


Assim, o motor não é tão exigido até que componentes internos se ajustem e ele atinja o nível ideal de operação – com aumento na performance e redução no consumo de combustível.


O manual do Renault Sandero traz essa recomendação: “Até atingir os primeiros 1.000 km, não ultrapasse 130 km/h na troca de marcha mais elevada ou 3.000 a 3.500 rpm. No entanto, só após cerca de 3.000 km, seu veículo irá proporcionar todo seu desempenho”.


5 – Instalar engate em veículo não autorizado


Muitos desconhecem, mas existem modelos de veículos que simplesmente não podem receber engate para uso de reboque ou “carretinha”. Pois essa informação pode ser conferida justamente no manual do proprietário.


Chevrolet Onix, Onix Plus e Tracker, por exemplo, enquadram-se nesse grupo.


O livreto que acompanha os três carros da General Motors não deixa dúvidas na seção que aborda o reboque de outro veículo. Ela traz um sinal de alerta acompanhado da palavra “perigo” e da seguinte frase:


“Este veículo não está apto a receber engate traseiro e, desta forma, tracionar reboques”.


Isso acontece porque esses carros não têm capacidade para tracionar outros veículos.


O Toyota Corolla da geração anterior, vendido até 2019 no País, também traz essa limitação.


Quando determinado automóvel é apto a receber engate, a carga máxima de tração consta do manual, bem como o local do chassi onde o equipamento deve ser instalado.


Fontes: Camilo Adas, presidente do conselho executivo da SAE Brasil; Edson Orikassa, diretor executivo da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva); Everton Lopes, mentor em energia a combustão da SAE Brasil; e Francisco Satkunas, engenheiro


Fonte: UOL


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