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Brasil teve menos nascimentos e mortes em 2022; divórcios crescem mais que casamentos

O Brasil teve em 2022 o quarto ano seguido de recuo no número de nascimentos, mas o número de mortes registradas também caiu, embora as mortes de crianças e adolescentes até 14 anos tenha crescido. Também foi verificado uma alta no número de casamentos no ano retrasado, mas a evolução dos divórcios foi superior.


Os dados são das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo IBGE, em série histórica que foi iniciada em 1974.


O País registrou 2,54 milhões de nascimentos em 2022, uma queda de 3,5% na comparação com 2021, quando esse número tinha atingido 2,63 milhões. foi quarto recuo consecutivo no total de nascimentos do país, que chegou ao menor nível desde 1977, segundo o IBGE. As regiões Nordeste (-6,7%) e Norte (-3,8%) tiveram os recuos mais intensos.


Na comparação com a média dos cinco anos anteriores à pandemia de civid-19 (2015 a 2019), houve uma diminuição de 326,18 mil nascimentos, ou 11,4%. “A redução da natalidade e da fecundidade no país, já sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos”, explicou em nota a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.


A análise dos registros de nascimentos ocorridos em 2022, confirmou a tendência de mulheres tendo filhos mais tarde, embora a predominância ainda seja na faixa de 20 a 29 anos (49,2%). Entretanto, em 2010, esse percentual era de 53,1%.


A tendência de queda na faixa de menos de 20 anos também se manteve: o percentual, que era de 18,5% em 2010, foi para 13,2% em 2021 e caiu para 12,1% em 2022.


Mortes

O Brasil registrou, 1,50 milhão de óbitos em 2022, uma queda de 15,8% (281,5 mil a menos) em comparação com o ano anterior. Segundo o IBGE, esse resultado acompanha o recuo das mortes ocasionadas pela covid-19, com a ampliação do número de pessoas que completaram o esquema vacinal.


O resultado de 2021 (1,78 milhão), no auge da pandemia, foi o recorde da série histórica. Entretanto, o número de óbitos de 2022 foi 14,2% superior ao de 2019 (1,31 milhão), último ano pré-pandemia.


Chamou a atenção o fato de que, para a população com menos de 15 anos de idade, houve aumento do número de óbitos de 2021 para 2022. No total, foram registrados 40,1 mil óbitos para pessoas de 0 a 14 anos, 7,8% a mais do que em 2021 (37,2 mil). O maior aumento se deu entre as crianças de 1 a 4 anos: ocorreram 6 mil óbitos, 27,7% a mais do que em 2021 (4,7 mil).


A pesquisadora disse que é possível que a covid-19 tenha contribuído fortemente para esse quadro, uma vez que o sistema de saúde informou que 60% das causas estavam relacionadas a doenças respiratórias. A vacinação de crianças e adolescentes brasileiros se deu mais tarde do que a vacinação dos adultos.


Casamentos e divórcios

A pesquisa mostra também que houve 970 mil casamentos civis realizados em cartórios de registro civil em 2022, um aumento de 4,0% em relação a 2021. Todas as regiões tiveram aumento, com destaque para o Sul, que apresentou acréscimo de 9,5%.


Do total, apenas 1,1% (11 mil) foram casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Esse número, entretanto, é 19,8% maior que em 2021 (9,2 mil) e representa o recorde da série, desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impediu que cartórios se recusassem celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desses 11 mil, a maioria (60,2%) foi entre cônjuges femininos.


Mas foram contabilizados 420 mil divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, um aumento de 8,6% em relação ao total de 2021 (386,8 mil). Entre as regiões, Centro-Oeste e Nordeste apresentaram a maior variação, de 26,5% e 14,0%, respectivamente. Em média, os homens se divorciaram em idades mais avançadas (44) que as mulheres (41).


Os divórcios judiciais concedidos em 1ª instância corresponderam a 81,1% dos divórcios do País. Na análise desse tipo de divórcio segundo o arranjo familiar, a maior proporção das dissoluções ocorreu entre as famílias constituídas somente com filhos menores de idade, atingindo 47,0% em 2022.


 


 


 


Por InfoMoney


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