Foto: cedida
A situação de pacientes internados em situação grave de saúde na Unidade Mista do isolado município de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, é preocupante. Pelo menos três pacientes em situação grave estão com encaminhamento de transferência. Sem condições de atender a todos que necessitam de um atendimento mais especializado, o fluxo rotineiro é transferir para Cruzeiro do Sul ou Rio Branco por meio do aeromédico.
Ocorre que a pista do aeródromo do município está sem condições de operação. Sem voos, a gestora da unidade de saúde, Carlene Lima, pede socorro. Ela conta que há 10 dias pediu ajuda da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) para o envio de um helicóptero do governo para que fosse feita a remoção dos pacientes. Uma delas, está piorando.
“Estou pedindo socorro. A paciente está com dengue hemorrágica, a saturação está baixando e estou preocupada. Há 10 dias eu pedi para a Sesacre que fosse viabilizado um helicóptero para a transferência, já que recebemos um comunicado das empresas aéreas que iriam parar de operar até que o Deracre fizesse o reparo da pista, mas não obtive retorno. Não estou criticando ninguém, só estou pedindo socorro”, diz Carlene.
A gestora fala ainda dos desafios de gerenciar a pequena unidade. “Não é surpresa para ninguém os desafios para prestar assistência à saúde em municípios isolados do Acre. O município de Marechal Thaumaturgo é um exemplo onde o acesso se dar exclusivamente por via fluvial e aérea. Nessas situações mais graves, os serviços aeromédicos (resgate aéreo) são indispensáveis na nossa, sendo crucial para salvar vidas. E atualmente, as condições da pista de Marechal Thaumaturgo estão impossibilitando o pouso e decolagem de voo, e consequentemente dificultando o resgate de pacientes que precisam de assistência de alta complexidade”, explica.
Por mês, cerca de trinta pacientes precisam ser transferidos para unidade de saúde de maior complexidade como o Hospital Regional do Juruá ou Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, ambos localizados em Cruzeiro do Sul, afirma a gestora.
Francisca Silva é irmã de outro paciente, com suspeita de dengue, que precisa ser transferido. “A gente não sabe o que ele tem, a suspeita é de dengue, mas é complicado demais essa situação. O que nos resta é orar e pedir a Deus que o estado do meu irmão não se agrave”, diz.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde sobre a solicitação de transferência dos pacientes e aguarda um posicionamento que será incluído na reportagem assim que houver uma manifestação da gestão.